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As dinastias centristas em ascensão

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 10 de fevereiro de 2020 às 07:00

Há apelidos que marcaram o passado do CDS. Agora fazem parte do futuro: há dirigentes centristas que são filhos de históricos do partido.

O novo líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, quer que "o tal novo partido antigo represente a nova direita em Portugal" – e promoveu para a sua direção rostos da nova geração de centristas. Mas Francisco Rodrigues dos Santos também defende os valores da família tradicional, tendo sido esse um dos pontos fortes do seu percurso de afirmação na JP, a Juventude Popular. Aliás, no congresso apelou a pais e avós que confiassem nele como confiam nos seus filhos e netos. Parece que aconteceu isso mesmo. As duas coisas, família e renovação, encontram-se na composição dos vários órgãos dirigentes do atual CDS: alguns dos novos elementos pertencem a linhagens familiares no partido, alguns mesmo com pergaminhos na história do partido. Há Moreiras (pai e filho), Laplaines Guimarães (de novo pai e filho), Duque filho e Duque pai, Núncio pai, já mais retirado, e Núncio filho, em ascensão. É certo que as coincidências familiares no mesmo partido não são exclusivo do CDS (há descendentes até no Comité Central do PCP) e não é inédita entre os centristas, onde o clã Queiró marcou uma época, mas manifesta-se agora no CDS com especial expressão.

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