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As cartas do avô de vice do Chega ao "amigo" Salazar

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 23 de novembro de 2020 às 07:02

Favores, cunhas, conselhos e desabafos. Correspondência trocada ao longo de três décadas mostra intimidade entre Salazar e o avô do vice-presidente do Chega, Diogo Pacheco de Amorim.

Coimbra, 23 de dezembro de 1942. Com o filho mais velho, Diogo Manuel, de 25 anos, licenciado em Engenharia Civil há mais de dois anos e no desemprego, Blandina Pacheco de Amorim procurou ajuda junto de um poderoso velho amigo da família: António de Oliveira Salazar, chefe do governo ditatorial do Estado Novo. "Posso garantir a vossa excelência que é um bom rapaz, muito trabalhador e cumpridor das suas obrigações", salientou, numa carta onde disponibilizou o filho para uma "vaga nos caminhos de ferro da Figueira", distrito de Coimbra, onde viviam. "Não tenho preferência, senhor presidente, para este lugar em especial. Por esse, ou por qualquer outro que vossa excelência melhor entenda, lhe ficaria muitíssimo grata. A minha preferência seria vê-lo em Coimbra ou proximidades."

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