O líder da AD mostrou o quão irrealistas são as propostas do Chega (que custariam quase 10% do PIB nacional) e lembrou os tempos em que Ventura era boy do PSD. Mas Ventura estava a jogar outro jogo e colou-o aos problemas do "sistema", dos "bandidos" e "tachos".
É um empate entre Luís Montenegro e André Ventura — mas os dois competiam em jogos diferentes e ganharam. No debate entre os dois maiores partidos à direita, aumentou o fosso entre a velha direita — institucional e democrática — e a nova direita radical — disruptiva e populista. Sorridente e irónico, Montenegro fez as contas e mostrou o quão irrealistas são as propostas do Chega, que custariam quase 10% do PIB nacional; lembrou os tempos em que Ventura aplaudia o PSD e queria Montenegro na liderança social-democrata; e reforçou o "não é não" ao não se aliar por "questões de princípio" a um "partido de políticas xenófobas, populistas e demagógicas", que usa uma "linguagem imprópria" para o espaço democrático. Explosivo e irónico, com mentiras descaradas à mistura, André Ventura colou Luís Montenegro aos problemas do "sistema" — de "bandidos" e "tachos" — e chamou-o de "idiota útil da esquerda" por se recusar a responder se viabiliza governo minoritário do PS, além de salientar uma "arrogância" por achar que pode ter maioria absoluta. Impressionaram pessoas diferentes: dentro do jogo democrático, Montenegro venceu; fora do sistema, Ventura venceu.
"Arrogante" Montenegro e "irresponsável" Ventura perderam jogos diferentes
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O centrismo tem sido proclamado por diversas personalidades que não têm a mais pálida ideia do que fazer ao país. É uma espécie de prêt-à-porter para gente sem cultura política e, pior que isso, sem convicções ou rumo definido.
Legitimada a sua culpa, estará Sócrates tranquilo para, se for preciso, fugir do país e instalar-se num Emirado (onde poderá ser vizinho de Isabel dos Santos, outra injustiçada foragida) ou no Brasil, onde o amigo Lula é sensível a teses de cabalas judiciais.