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"Arrogante" Montenegro e "irresponsável" Ventura perderam jogos diferentes

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 13 de fevereiro de 2024 às 08:36

O líder da AD mostrou o quão irrealistas são as propostas do Chega (que custariam quase 10% do PIB nacional) e lembrou os tempos em que Ventura era boy do PSD. Mas Ventura estava a jogar outro jogo e colou-o aos problemas do "sistema", dos "bandidos" e "tachos".

É um empate entre Luís Montenegro e André Ventura — mas os dois competiam em jogos diferentes e ganharam. No debate entre os dois maiores partidos à direita, aumentou o fosso entre a velha direita — institucional e democrática — e a nova direita radical — disruptiva e populista. Sorridente e irónico, Montenegro fez as contas e mostrou o quão irrealistas são as propostas do Chega, que custariam quase 10% do PIB nacional; lembrou os tempos em que Ventura aplaudia o PSD e queria Montenegro na liderança social-democrata; e reforçou o "não é não" ao não se aliar por "questões de princípio" a um "partido de políticas xenófobas, populistas e demagógicas", que usa uma "linguagem imprópria" para o espaço democrático. Explosivo e irónico, com mentiras descaradas à mistura, André Ventura colou Luís Montenegro aos problemas do "sistema" — de "bandidos" e "tachos" — e chamou-o de "idiota útil da esquerda" por se recusar a responder se viabiliza governo minoritário do PS, além de salientar uma "arrogância" por achar que pode ter maioria absoluta. Impressionaram pessoas diferentes: dentro do jogo democrático, Montenegro venceu; fora do sistema, Ventura venceu.

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