Está acusado de espionagem, violação de segredo de Estado e corrupção activa e passiva agravadas. Terá vendido informações que estavam abrangidas pelo segredo de Estado a Sergey Nicolaevich Pozdnyakov, do Serviço Externo da Federação Russa. O paradeiro do russo é desconhecido.
Houve pelo menos três encontros entre o espião russo e o português. Um deles, o primeiro encontro registado pelas secretas portuguesas, a 7 de Novembro de 2015, foi filmado pela secreta eslovena.
À Lusa, fonte ligada ao processo explicou que a audiência foi curta porque estava prevista a audição de dois inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ que faltaram.
Segundo o Ministério Público, na posse do oficial do SVR foi encontrado e apreendido um documento manuscrito que lhe havia sido entregue pelo funcionário do SIS, contendo informação que foi considerada protegida pelo segredo de Estado.
Ao funcionário do SIS foram apreendidos diversos documentos e objectos, bem como a quantia de 10 mil euros, verba que lhe havia sido entregue pelo oficial do SVR, como contrapartida das informações que indevidamente tinha recebido, segundo a acusação.
A investigação ao caso feita pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) apurou que a secreta portuguesa foi obrigada a fazer uma profunda remodelação dos serviços, através da recolocação de funcionários, mudar matrículas de carros e números de telefones.
Depois da análise aos 268 documentos classificados encontrados na posse do antigo espião,a NATO também concluiu que Carvalhão Gil poderá ter causado "graves danos" e comprometido os "planos de resposta" da organização.