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Álvaro Sobrinho acusado de branquear dinheiro no Sporting

Diogo Barreto
Diogo Barreto 23 de setembro de 2024 às 14:18
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O Ministério Público acusou o antigo presidente do BES/Angola de ter usado verbas do banco para investir na equipa de Alvalade.

O antigo presidente do BES/Angola Álvaro Sobrinho foi acusado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) de um crime de branqueamento de capitais agravado. Em causa está o investimento feito pelo empresário no Sporting.

Álvaro Sobrinho
Álvaro Sobrinho

Sobrinho investiu, numa primeira fase, 16 milhões de euros no clube de Alvalade. Essa verba seria utilizada na compra do passe de jogadores para o clube e depois receber em troca uma percentagem aquando da sua venda. O investimento foi feito através de uma sociedade que controlava e da qual era acionista maioritário para investir na SAD, a Holdimo.

Os fundos transferidos para o Sporting foram posteriormente convertidos em ações, sendo que, no total, além dos referidos 16 milhões, foram ainda investidos na SAD mais cerca de quatro milhões de proveniência semelhante. Através da sociedade arguida, Sobrinho passou a deter 29,85% do capital e direitos da Sporting SAD, refere o comunicado.

Essas transferências foram feitas a partir de contas do BESA domiciliadas em Lisboa, cujos fundos se destinavam a financiar a atividade do banco, mas que o arguido utilizou a título próprio.

Em comunicado, a Polícia Judiciária informa que a investigação foi conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e permitiu comprovar a transferência ilícita de 20 milhões de euros do BESA para a SAD leonina, deixando Álvaro Sobrinho com 29.85% do capital do Sporting Clube de Portugal SAD.

Álvaro Sobrinho foi pronunciado em julho para julgamento no processo do BES Angola, juntamente com o antigo presidente do BES Ricardo Salgado e os ex-administradores Amílcar Morais Pires, Rui Silveira e Helder Bataglia.

O ex-banqueiro angolano é acusado de 18 crimes de abuso de confiança e cinco de branqueamento, sendo suspeito de se ter apropriado indevidamente de centenas de milhões de euros, num caso cujos factos terão ocorrido entre 2007 e julho de 2014.

A acusação do processo BESA foi conhecida em julho de 2022 e respeita à concessão de financiamento pelo BES ao BESA, em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário. Por força desta atividade criminosa, a 31 de julho de 2014, o BES encontrava-se exposto ao BESA no montante de perto de 4,8 mil milhões de euros.

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