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Aliados internacionais informados do roubo em Tancos

01 de julho de 2017 às 08:34
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O ministro da Defesa Azeredo Lopes considera que o crime foi "grave" mas que não se trata da "maior quebra de segurança da União Europeia"

O ministro da Defesa garantiu hoje não querer avançar com insinuações, mas registou a coincidência entre o roubo de material militar dos paióis de Tancos e a decisão de reforçar o perímetro de segurança do local.

Em entrevista ao jornal da noite do canal televisivo SIC, José Alberto Azeredo Lopes afirmou registar a "circunstância peculiar da coincidência [do roubo] com a decisão do reforço do perímetro de segurança" dos Paióis Nacionais de Tancos, sublinhando, porém, não querer insinuar nada, nem "aligeirar carga" das responsabilidades.

Segundo um despacho publicado hoje em Diário da República, o Ministério da Defesa Nacional autorizou, a 5 de Junho, uma despesa de 316 mil euros, mais IVA, para a "reconstrução da vedação periférica exterior no perímetro norte, sul e este dos Paióis Nacionais de Tancos", Vila Nova da Barquinha.

Em comunicado, o Exército anunciou na quinta-feira que foi detectada quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo hoje precisado que entre o material de guerra roubado estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogénio e explosivos, mas não divulgou as quantidades.

Hoje à noite, Azeredo Lopes comentou que cabe ao ministro da Defesa "alocar ao exercito a função de garantir a segurança de instalações militares", explicando o processo legal e burocrático de lançamento de concursos, como o referente à vedação de Tancos.

O ministro referiu ainda a ordem que deu para serem avisados os aliados internacionais do ocorrido e que aos parceiros da NATO "foi dita a verdade", recusando, porém, que este caso tenha sido a "maior quebra de segurança da União Europeia".

Na quinta-feira, em Bruxelas, à margem de uma reunião ministerial da NATO, o ministro da Defesa reconheceu que o roubo de granadas de mão ofensivas e munições das instalações militares "é grave" e garantiu que não ficará "nada por levantar" nas averiguações.

Hoje, PSD e CDS-PP anunciaram que querem ouvir o ministro da Defesa no parlamento sobre este assunto. O PSD requereu também a audição do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.

O PCP classificou hoje o assalto a um paiol militar em Tancos como um "caso de extrema gravidade a necessitar de todo o apuramento, incluindo a retirada de consequências", enquanto o BE questionou o Governo, querendo saber o que falhou e que medidas serão tomadas para o recuperar, pedindo esclarecimentos sobre a eventual avaria na videovigilância.

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