IC1 em Setúbal e A25 em Vilar Formoso são apenas algumas das estradas bloqueadas. Na fronteira com Espanha ninguém entra ou sai. Juntam-se aos milhares que protestam pela Europa fora.
Milhares de agricultores portugueses saíram esta quinta-feira (1) às ruas, para reclamarem o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade. De norte a sul do País são várias as estradas que se encontram cortadas.
A IC1 em Setúbal, a A25 em Vilar Formoso, e a Estrada Nacional 260 em Beja, são já algumas das estradas bloqueadas. Na A6 e na Estrada Nacional 4 em Elvas, os agricultores que se concentraram junto à fronteira com Espanha prometeram levar os protestos até Lisboa, caso o Governo não se prenuncie sobre a crise no setor.
"Já temos a confirmação de Espanha que eles [agricultores] vão avançar com o fecho das fronteiras, pelo que a nossa ação aqui em Caia deixa de fazer sentido. Se não vêm [Governo] falar connosco, em breve tomamos Lisboa", disse João Dias Coutinho, do Movimento Civil de Agricultores, em declarações à agência Lusa.
Na fronteira com Espanha ninguém entra nem sai. Quem também se encontra aqui perto, a cerca de 13 quilómetros da fronteira com Vilar Formoso, são outras centenas de agricultores que bloquearam já nesta madrugada a A25 no Alto de Leomil, distrito de Guarda.
"Seguramente temos cá mais de 500 máquinas e serão cerca de 700 agricultores", indicou à Lusa Ricardo Estrela, porta-voz da região das Beiras do Movimento Civil Agricultores de Portugal.
Em Santarém, a marcha lenta arrancou por volta das 10h30 em direção à A23. Só no Município de Chamusca estiveram reunidos cerca de 800 agricultores e 100 tratores. "Na Chamusca, o protesto está cumprido e agricultores e máquinas estão a reunir-se num ponto de encontro para avançar para a A23, onde a via irá ser cortada junto à saída da Cardiga, em direção a Tomar", disse à Lusa o porta-voz do movimento para a zona do Ribatejo e Oeste, Nuno Mayer.
Os protestos em Portugal ocorrem um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o problema da seca, que se tem vivido sobretudo no Algarve, e para reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC). Em entrevista à SIC Notícias, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou ainda que Portugal está em conversações com Bruxelas para desbloquear um reforço de 60 milhões de euros do Plano da Política Agrícola Comum (PAC).
Por enquanto a GNR ainda não registou qualquer tipo de incidente significativo. O mesmo não se pode dizer das manifestações de agricultores que têm ocorrido noutros países da Europa.
No estrangeiro
Em Bruxelas os ânimos estão mais exaltados. Esta quinta-feira os manifestantes atiraram pedras e objetos contra a polícia, enquanto os líderes da União Europeia se reuniam numa cimeira para aprovar um financiamento de mais de 50 mil milhões de euros à Ucrânia. Na capital belga, os protestos ficaram ainda marcados pelo derrubar de uma estátua e pela queima de pneus, caixas de cartão e feno, junto ao Parlamento Europeu.
Agricultores bloqueiam estradas de norte a sul do País. "Em breve tomamos Lisboa"
Em França as manifestações, que se iniciaram há cerca de uma semana com milhares de agricultores a exigirem melhores preços na União Europeia, já resultaram na detenção de pelo menos 15 agricultores na quarta-feira (31) por dificultarem a circulação de veículos a sul de Paris, segundo avançaram as autoridades locais.
Também Itália, Alemanha e Polónia se juntaram às manifestações. As associações de agricultores espanhóis afirmaram na terça-feira que também planeiam sair às ruas em fevereiro para protestar contra as rigorosas regulamentações europeias.
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