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Aeroporto no Montijo aguarda estudo de migração de aves

08 de fevereiro de 2017 às 20:19
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António Costa referiu que o "resultado sobre esse impacto só pode estar concluído no final do ano"

A segurança migratória de aves está a condicionar a futura localização do aeroporto do Montijo. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, António Costa, que aguarda a conclusão de um relatório sobre o impacto da migração de aves naquela zona. "Temos acordado com a ANA  - Aeroportos de Portugal que é necessário aprofundar o estudo relativamente à solução que aparenta viabilidade, que é a do Montijo, mas é uma viabilidade que está condicionada ainda a dados que só poderemos ter no final do ano, designadamente sobre o impacto de ser uma zona de migração de pássaros", afirmou António Costa.

"O resultado sobre esse impacto, sobre a migração dos pássaros, só pode estar concluído no final do ano. Não permitirá decisões definitivas até essa altura, mas permite concentrar a nossa avaliação relativamente a uma das várias soluções possíveis e ir desenvolver o trabalho nesse sentido", afirmou ainda António Costa no debate quinzenal, sublinhando que a "segurança aeronáutica" pode conflituar com esse percurso migratório de aves, que passa pelo Montijo.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, lançou o assunto no Parlamento, questionando o líder do Executivo sobre o futuro aeroporto de Lisboa, reiterando que a Assembleia da República tem pedido estudos que não têm sido enviados. Depois da reposta do primeiro-ministro, Cristas mostrou-se "mais preocupada" e sublinhou a ausência de debate público sobre os estudos, que não foram enviados ao parlamento.

"Sabe tão bem quanto eu que há duas obrigações da parte do Governo português nesta matéria: desenvolver o estudo que justifica o esgotamento do aeroporto de Lisboa, aprofundadamente, e debate-lo publicamente, e depois o estudo sobre a localização do aeroporto", afirmou a deputada do CDS, acrescentando: "pelo que vejo, já é capaz de dizer que está absolutamente esgotado, que os números já ultrapassaram até aquilo que se previa daqui a sete anos, mas ninguém conhece esse estudo, ninguém o pode debater, ninguém o pode aferir", sublinhou.

Para Assunção Cristas, a resposta de António Costa "mostra um enorme atraso que há nesta matéria". "Tomo boa nota, continuarei a perguntar, mas com elevada preocupação, porque sabemos como este aeroporto é crítico para o desenvolvimento do país e da cidade de Lisboa", declarou.

António Costa mencionou na sua resposta que "há um estudo que já está feito sobre alternativas, que mostra a inviabilidade de duas soluções: Sintra e Alverca", consideradas inviáveis por motivos de "operacionalidade técnica em matéria de navegação área".  "Temos acordado com a ANA que é necessário aprofundar o estudo relativamente à solução que aparenta viabilidade, que é a do Montijo", disse, antes de desenvolver a questão da migração de aves que estará a condicionar a decisão.

Assunção Cristas voltou a insistir, como no último debate quinzenal, no défice e na dívida, sublinhando que o Banco de Portugal revela que a dívida líquida aumentou 9,5 mil milhões de euros e voltou a comparar António Costa a José Sócrates.

"Faz-me lembrar o seu antecessor José Sócrates quando ele dizia que 2008 tinha sido um ano maravilhoso de 2,6% de défice, o melhor da democracia portuguesa, na altura, agora esse melhor é seu, mas dois anos e meio depois estávamos na bancarrota e estávamos a ter um resgate da 'troika' assinado pelo seu PS", afirmou.

A líder centrista referiu-se às emissões de dívida de hoje, afirmando-se "muito preocupada". "Hoje houve emissões de dívida e, de facto, é para ficar muito preocupada, a dívida a 10 anos, recentemente emitida a 4,2%, hoje a dívida emitida a sete anos dobrou a taxa de juro àquela que tinha sido a emissão de junho", afirmou.

"Isso significa que 530 milhões de euros, os portugueses, todos nós, que em junho estaremos a pagar 10 milhões de euros de juros, agora, pelo mesmo valor, pela mesma maturidade, estaremos a pagar 20 milhões de euros de juros", sublinhou.

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