A arguida "empunhou uma faca de cozinha na direção do marido e, de seguida arremessou-a, tendo a mesma ficado espetada na porta da cozinha".
O Tribunal de São João Novo, no Porto, agendou para terça-feira o julgamento de uma advogada acusada de agredir e insultar o marido e os três filhos do casal, disse hoje fonte judicial.
O despacho de acusação doMinistério Público(MP), a que a agência Lusa teve acesso, sublinha a postura de crescente "agressividade e autoritarismo" que a arguida, atualmente com 44 anos de idade, adotou com o marido, logo após casamento, em 1992, e que veio a estender-se aos três filhos do casal (duas raparigas e um rapaz), nascidos entre 1993 e 2005.
No ano de 2014, afirma o MP, a situação agravou-se: "a arguida passou a ingerir bebidas alcoólicas em excesso, o que potenciou a sua agressividade", traduzida em sucessivos impropérios, frequentes enxovalhos sobre a dependência da família dos seus rendimentos pessoais e amiudados episódios de agressões tentadas e consumadas.
Um dos episódios reporta-se a 12 de dezembro de 2015, altura em que a mulher se envolveu numa discussão com uma das filhas, a propósito de uma viagem que a menor pretendia fazer à Alemanha com outros parentes, acabando por a arranhar na face.
O marido pediu-lhe explicações e a advogada retaliou, agredindo-o a pontapé, à bofetada e a murro, causando-lhe escoriações que o incapacitaram para o trabalho durante três dias.
Momentos depois, a mulher tentou nova agressão ao marido, desta feita com uma faca de cozinha, sendo desarmada por um dos filhos, que chamou a polícia.
Num outro episódio, este na madrugada de 18 de janeiro de 2016, a advogada obrigou uma das filhas a sair da cama e tentou agredi-la. Um irmão, que a socorreu juntamente com o pai, acabou agredido na face.
Numa altura em que um dos filhos tinha apenas dois anos de idade, e "na sequência de uma discussão, na presença do menor, a arguida "empunhou uma faca de cozinha na direção do marido e, de seguida arremessou-a, tendo a mesma ficado espetada na porta da cozinha".
Desde então, por várias vezes, a advogada "desferiu murros no corpo do ofendido, na zona do abdómen e na cara, e pontapés nas pernas. Em pelo menos duas ocasiões partiu os óculos que o ofendido usava", lê-se na acusação.
O marido chegou a sair de casa e, "perante pedidos de desculpa e promessas de mudança de comportamento da arguida, acedeu a regressar", mas a mulher voltou a revelar-se violenta, pelo que o homem e dois dos filhos acabaram por abandonar definitivamente a residência comum em março de 2016.
"Durante o tempo em que partilharam a mesma casa, a arguida quis insultar, agredir, perturbar, intimidar e vexar" o marido, "pretendendo que o mesmo se sentisse menorizado e humilhado", avalia o MP.
Quis ainda "atentar contra a integridade física e psíquica e bem-estar dos filhos".
A única filha que ficou com a arguida foi impedida de contactar pai e irmãos, obrigando à intervenção do Tribunal de Família e Menores.
Mas a decisão desta instância judicial, que determinou a guarda partilhada da menina, foi violada várias vezes pela arguida, conta o MP.
A mulher, que aguarda julgamento sujeita à medida de coação mínima (Termo de Identidade e Residência), está acusada pela prática de quatro crimes de violência doméstica.
O MP chamou a testemunhar em julgamento seis pessoas, incluindo os ofendidos, apresentando ainda diversa prova documental e pericial.
A advogada chegou a acusar o marido também de violência doméstica, mas o MP arquivou os autos porque a versão da ofendida "não surge corroborada por outros meios de prova".
Advogada acusada de agredir marido e filhos vai terça-feira a tribunal
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.