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A fita do tempo do ataque na escola da Azambuja

Desde o bullying sofrido pelo agressor à pausa de almoço em que foi buscar uma faca e um colete anti-balas ao momento do ataque. O ataque na escola básica passo a passo.

Na terça-feira, um aluno de 12 anosesfaqueou seis colegasda Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, Lisboa. Cinco sofreram ferimentos ligeiros, sendo que uma sexta precisou de ser levada para o Hospital Santa Maria onde está a receber assistência, apesar de não correr perigo de vida. O ataque demorou poucos minutos e está agora a ser investigado pela Polícia Judiciária. Abaixo fica uma fita do tempo dos acontecimentos.

CMTV

Antes do ataque

O jovem de 12 anos, filho de uma professora do agrupamento (mas não daquela escola), seria alvo de bullying dentro da escola por parte de alguns colegas. "[Tinha] um problema ou outro de bullying, mas coisas que se ultrapassam com psicólogos e com a direção da escola", referiu o presidente da Câmara da Azambuja, Silvino Lúcio, em declarações aos jornalistas na terça-feira. No entanto, o jovem que frequenta o 7º ano apresenta bons níveis de desenvolvimento intelectual e bom aproveitamento nas aulas.

A manhã do ataque

A CNN refere que o jovem premeditou o ataque, não se sabendo durante quanto tempo o planeou. No primeiro dia de aulas, que aconteceu esta terça-feira, foi a casa almoçar, tendo tirado uma faca da cozinha com o intuito de a levar para a escola e magoar os colegas. Além da faca, o jovem terá levado também o colete à prova de bala do pai que é segurança.

O jovem entrou na escola ainda durante a pausa para almoço. Dirigiu-se até ao pavilhão onde se situa a biblioteca, abriu a mochila, tirou de lá o colete e a faca e começou os ataques. Muitos dos alunos estavam a sair do refeitório e a dirigir-se para as salas de aula, havendo muito movimento no corredor.

O aluno atacou os colegas de forma indescriminada, de acordo com as declarações do presidente da Câmara da Azambuja. Ficaram feridas cinco raparigas e um rapaz, sendo que uma das raparigas sofreu ferimentos graves no crânio e no tórax (mas não corre risco de vida) e os restantes alunos ficaram apenas com ferimentos ligeiros.

Os relatos de vários estudantes afirmam que os primeiros momentos foram de confusão, sendo que alguns acharam que se tratava de uma brincadeira. Mas quando começaram a ver colegas ensanguentados instalou-se o pânico. As crianças começaram a correr para se protegerem e alertarem as funcionárias da escola, apurou o jornal Observador. Outras crianças correram para a secretaria. Foi uma funcionária que conseguiu travar o jovem, desarmando-o e imobilizando-o.

Quando a funcionária chegou ao edifício, as seis crianças já tinham sido esfaqueadas. Os feridos têm entre os 12 e 14 anos.

Ainda antes do alerta oficial dado pela escola, o relato do que se tinha passado começou a ser partilhado nos grupos de WhatsApp dos pais das crianças, avisando que um aluno de 12 anos tinha esfaqueado os colegas. A SÁBADO apurou que vários pais começaram a ligar para a escola para obter informações ainda antes da instituição ter dado um alerta oficial para as autoridades.

A GNR acudiu ao estabelecimento e os militares controlaram o menor e mantiveram-no fechado numa sala de aula enquanto aguardavam pelos agentes da Polícia Judiciária (PJ).

Uma aluna, que sofreu ferimentos graves no tórax e na cabeça, foi transferida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Outros quatro alunos foram para o Hospital de Vila Franca de Xira. Um outro aluno recebeu assistência na escola, não tendo precisado de acompanhamento hospitalar.

A tarde depois do ataque

Os encarregados de educação foram chamados à escola para irem buscar as suas crianças. 

Ainda durante a tarde, o caso começou a ser investigado pela PJ, que terá pedido acesso aos registos de videovigilância da escola para que possam ser vistas as imagens do momento do ataque, mas, segundo Silvino Lúcio, um grupo invadiu aquele agrupamento este fim de semana, "arrancou a cablagem" e "destruiu quase tudo", incluindo o equipamento de vigilância. Por esse motivo as aulas não arrancaram na segunda e apenas ontem.

Durante a tarde foram interrogadas a direção da escola e as funcionárias que estavam a trabalhar durante o ataque. E o jovem também já foi ouvido pelos inspetores da PJ.

Ao fim da noite, dois dos alunos que foram para o Hospital de Vila Franca de Xira já tinham recebido alta.

A manhã seguinte

Esta manhã as aulas retomaram. Alguns alunos faltaram, mas a Escola Básica da Azambuja diz que maior parte deles voltou à escola onde está uma equipa da PSP e outra de psicólogos para dar acompanhamento aos alunos.

O autarca também esteve no local na manhã desta quarta-feira e relata uma "situação calma" no interior. 

O aluno foi levado para um hospital "para avaliação psicológica".

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