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Financiador do Chega usava GNR para "ajuste de contas"

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 14 de março de 2021 às 10:02

Em 2017, o GNR João Vidal foi a tribunal por falsificação de documento e coação. Fazia serviços privados para o ex-cônsul honorário César do Paço.

Em junho de 2012, em Vila Nova de Gaia, Nuno Nascimento recebeu uma visita inesperada em sua casa. Uma das duas pessoas que lhe batiam à porta dizia chamar-se Carlos Aguiar, intitulando-se advogado do seu senhorio César do Paço, mais conhecido hoje em dia como ex-cônsul honorário e financiador do partido Chega. Na verdade, aquele homem não se chamava Carlos, nem era advogado. Era o cabo João Vidal, da GNR, contratado por Paço para seu "motorista". No entanto, o motivo daquela visita extravasava essa função: "Nessa conversa, o arguido João Vidal disse a Nuno Nascimento que poderiam resolver as coisas a bem ou a mal em relação à saída da casa, pois tinha rendas em atraso e que tal não poderia continuar", lê-se num acórdão proferido em outubro de 2017 pelo Juízo Criminal Central de Lisboa, onde viria a ser julgado por dois crimes de coação e um de falsificação de documentos, consultado pelaSÁBADO.

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