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Não existindo, nem podendo existir, uma espécie de tabela nacional uniformizada, é natural que os preços, com maior ou menor oscilação, reflitam o que está por trás daquele serviço que é praticado.
"Os livros não são caros. Nós é que ganhamos pouco" foi a resposta de um escritor numa ocasião, quando questionado sobre o preço dos livros. Esta é uma ideia importante, não só porque nos remete para o valor de determinados serviços, mas também para o facto de muitas vezes não estarmos a olhar da melhor forma para um determinado fenómeno. Naquela frase, podemos substituir "livros" por uma série de outros itens e serviços, incluindo de psicologia, que o princípio se mantém.?
Recentemente, gerou debate o anúncio da disponibilização de consultas de psicologia a um preço reduzido, por parte de uma instituição. Na verdade, tratava-se de uma situação específica, enquadrada na formação inicial em psicologia, trazendo benefícios mútuos para quem se estava a formar e para quem procurava um serviço a um preço acessível. Algo que existe nas variadas áreas. Foi mais gerador de impacto o surgimento da notícia do que propriamente a realidade que a mesma descrevia.?
Mas a ideia de consultas a preços simbólicos foi o mote para um debate sobre o assunto. Por um lado, houve quem considerasse que as pessoas não podem deixar de ter acesso por razões financeiras - afinal, a intervenção psicológica não pode estar reservada apenas para alguns. Por outro, houve quem sublinhasse que preços demasiado baixos significam dumping e a desvalorização de um serviço muito especializado, o que pode colocar em causa a qualidade - afinal, if you pay peanuts, you get monkeys. Ambos têm razão nas ideias que expressaram.?
Sobre o tema do que são preços adequados para um determinado serviço profissional, como são as consultas de psicologia, à partida podemos simplesmente recordar que, sendo uma atividade que se encontra liberalizada, está sujeita à legislação aplicável, no âmbito da concorrência. Mas, dando isso de barato, podemos aproveitar a ocasião para identificar algumas linhas de pensamento sobre este tema e que é importante considerar.
Desde logo, qual é o valor que queremos atribuir a um determinado serviço, sobretudo nos termos em que o mesmo ocorre. Não podemos ignorar o facto de a intervenção psicológica se tratar de uma atividade especializada e que requer qualificação, o que, por sua vez, envolve formação e desenvolvimento profissional significativo, quer inicial, quer contínuo. O valor da consulta não reflete apenas o tempo em que aquele profissional se dedicou ao cliente - e sabemos que, para além do "trabalho de casa" que requerem, as consultas de psicologia têm uma duração apreciável, sobretudo quando comparadas a outras áreas -, mas sobretudo a qualificação que aquele profissional tem para poder prestar um serviço de qualidade.?
Não existindo, nem podendo existir, uma espécie de tabela nacional uniformizada, é natural que os preços, com maior ou menor oscilação, reflitam o que está por trás daquele serviço que é praticado. E é sempre importante sublinhar que a intervenção psicológica é um investimento com retorno, tal como várias evidências mostram, além dos próprios indicadores de satisfação média dos utilizadores dos serviços.
Há, todavia, a questão do acesso, sobretudo de quem não tem recursos para poder pagar serviços ou que não o pode fazer na frequência que seria desejável. O que nos leva à ideia de que, como sociedade e país, temos de assumir e concretizar o compromisso com a viabilização do acesso dos cidadãos a serviços de psicologia (tal como assumimos, numa perspetiva mais global, à saúde), incluindo através da retirada de barreiras ao mesmo. Isto significa, por exemplo, que os serviços públicos têm de ter capacidade de resposta, nomeadamente através do Serviço Nacional de Saúde e particularmente nos cuidados primários, onde a carência de psicólogos continua a ser dramática. Tem de ser possível a um cidadão português, independentemente da sua capacidade financeira, poder dirigir-se ao centro de saúde da sua área de residência e ter acesso a uma consulta de psicologia.?
Concomitantemente, deve ser valorizado o acesso dos cidadãos através dos subsistemas de saúde e seguros de saúde e de outras medidas de comparticipação. A este propósito e porque há conquistas que devem ser valorizadas, são de referir as novas regras em subsistemas de saúde, bem como os seguros de saúde incluírem já a prestação de serviços de psicologia, incluindo com diferenciação para quem é especialista. Podemos ainda progredir no domínio do acesso, por exemplo, em sede fiscal e através de mecanismos de apoio direto aos cidadãos.??
Esta realidade pode coexistir com a prestação de serviços abertos à comunidade no âmbito da formação inicial de psicólogos e estágios curriculares (que naturalmente não pressupõem um nível de profissionalização) ou ainda em situações em que a prestação de serviços ocorre por razões de solidariedade social e de voluntariado. Essa é uma realidade que existe em muitas profissões. Em suma, há lugar para os diferentes cenários, tendo cada um o seu necessário enquadramento.?
Assumindo tudo isto e também que deve haver soluções para quem não tem os recursos de que precisa para aceder a um serviço, é de recordar que aquilo que estamos dispostos a pagar por um serviço normalmente se correlaciona com o valor percebido ou a importância que damos a esse serviço. Algo que não se aplica apenas ao cliente. O valor que o profissional está disposto a receber pelo seu serviço também reflete a importância que o próprio lhe dá e ao que investiu em si mesmo.?
No início dos anos 2000, a ideia de uma consulta de psicologia ser feita a distância era algo novo para muitos e certamente não era a prática regular. Vinte anos depois, a discussão já não é apenas sobre teleconsultas ou atos da profissão feitos a distância, que são uma prática comum e válida, mas sobre qual é a extensão do papel das tecnologias da informação e da comunicação na compreensão do comportamento humano e na prestação de serviços de psicologia.
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