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Venezuela: Milei apela a parceiros do Mercosul para apoiarem pressão dos EUA

O líder argentino referiu-se ao homólogo venezuelano como narcoterrorista e autoritário, reforçando o seu apoio ao grande destacamento naval dos Estados Unidos em águas das Caraíbas desde setembro.

O Presidente argentino, Javier Milei, instou este sábado os seus parceiros do Mercosul a apoiarem a pressão militar exercida pelo homólogo norte-americano, Donald Trump, contra a Venezuela e a condenarem o Governo de Nicolás Maduro.

Milei pede apoio dos parceiros do Mercosul para pressão dos EUA na Venezuela
Milei pede apoio dos parceiros do Mercosul para pressão dos EUA na Venezuela AP

"A Argentina saúda a pressão dos Estados Unidos e de Donald Trump para libertar o povo venezuelano. O tempo de uma abordagem tímida sobre este assunto acabou. Exortamos também todos os outros membros do bloco a apoiarem esta posição”, apelou Milei no seu discurso na Cimeira do Mercosul em Foz de Iguaçu, no sul do Brasil.

O líder argentino referiu-se ao homólogo venezuelano como narcoterrorista e autoritário, reforçando o seu apoio ao grande destacamento naval dos Estados Unidos em águas das Caraíbas desde setembro e ao anúncio na passada semana de Washington de bloqueio das exportações de petróleo venezuelano.

Milei recordou que a Venezuela está suspensa do Mercosul por violar o Protocolo de Ushuaia, que regula a participação no bloco sul-americano, e acusou o Governo de Maduro de ser responsável pela "devastadora crise política, humanitária e social" no seu país.

"A ditadura atroz e desumana do narcoterrorista Nicolás Maduro lança uma sombra escura sobre a nossa região. Este perigo e esta vergonha não podem continuar a existir no continente, ou acabarão por nos arrastar a todos", advertiu ainda Milei, que é próximo do líder da Casa Branca, num discurso que seguiu uma orientação diversa do Presidente brasileiro, Lula da Silva.

“Quatro décadas após a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano é novamente assombrado” pela presença militar de uma potência estrangeira, afirmou o chefe de Estado brasileiro na abertura da cimeira do Mercosul, alertando que uma intervenção militar na Venezuela “seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério sul e um precedente perigoso para o mundo".

Na sexta-feira, o Presidente norte-americano não descartou a possibilidade de uma guerra com a Venezuela, dias depois de ter ordenado um bloqueio a petroleiros com origem ou destino naquele país.

O líder da Casa Branca recusou-se por outro lado a comentar se o objetivo das operações militares norte-americanas é a deposição do Presidente venezuelano, com o qual conversou por telefone em novembro, e “sabe melhor do que ninguém” o que Washington pretende.

No mesmo dia, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, referiu-se a um “regime ilegítimo que coopera abertamente com terroristas que ameaçam a segurança dos Estados Unidos", apontando o Irão e o grupo xiita libanês Hezbollah, além da proteção a grupos organizados de narcotráfico na América Latina.

Os Estados Unidos aumentaram nas últimas semanas a pressão sobre o Governo de Nicolás Maduro, a quem acusam de liderar o Cartel de los Soles, alegação negada por Caracas, após meses de bombardeamentos contra supostos barcos de tráfico de droga nas Caraíbas e no Pacífico.

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