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Trump reafirma que ataques contra cartéis de droga na Venezuela começarão "muito breve"

Lusa 21:00
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Donald Trump já tinha avisado que as forças armadas iriam agir "muito em breve" em terra contra alegados narcotraficantes venezuelanos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, insistiu esta terça-feira que os ataques terrestres contra cartéis de droga em solo venezuelano vão começar "muito em breve", após operações nas Caraíbas contra embarcações alegadamente envolvidas em narcotráfico.

Trump reafirma que ataques contra cartéis de droga começarão 'muito breve'
Trump reafirma que ataques contra cartéis de droga começarão "muito breve" EPA

"Em terra é muito mais fácil. Sabemos as rotas que utilizam. Sabemos tudo sobre eles. Sabemos onde vivem. Sabemos onde vivem os bandidos. E vamos começar por aí muito em breve também", declarou o líder norte-americano aos jornalistas durante uma reunião com o seu executivo na Casa Branca.

Donald Trump já tinha avisado na semana passada que as forças armadas iriam agir "muito em breve" em terra contra alegados narcotraficantes venezuelanos e anunciou aos pilotos e companhias aéreas que considerassem o espaço aéreo da Venezuela "completamente fechado".

Na reunião desta terça-feira, o Presidente norte-americano avisou também que qualquer país que produza e trafique droga para os Estados Unidos "está sujeito a ataques", sugerindo que poderá incluir a Colômbia nas operações terrestres.

“Ouvi dizer que a Colômbia, o país da Colômbia, produz cocaína. Têm fábricas, certo? E depois vendem-nos cocaína. Mas sim, qualquer pessoa que faça isso e venda para o nosso país está sujeita a ataques, não necessariamente apenas a Venezuela”, ameaçou, citado pela agência espanhola EFE.

Trump insistiu que, embora “a Venezuela tenha sido pior do que a maioria”, há outros países que também enviam “os seus narcotraficantes” para os Estados Unidos.

As declarações de Trump surgem poucos dias depois de ter conversado ao telefone com o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no meio de tensões bilaterais desde o envio de militares norte-americanos para as águas das Caraíbas e do Pacífico, sob o pretexto de combater o narcotráfico.

Os potenciais ataques em solo venezuelano representariam uma expansão da “Operação Lança do Sul”, que desde setembro destruiu 21 embarcações nas Caraíbas e no Pacífico Leste, executando extrajudicialmente 82 alegados narcotraficantes, informou hoje o Pentágono (Departamento de Defesa).

O destacamento militar nas águas das Caraíbas, um dos maiores das últimas décadas, aumentou a pressão sobre o Governo de Maduro, que Trump acusa de liderar o Cartel de Los Soles, designado por Washington como uma organização terrorista estrangeira.

Em outubro passado, o dirigente norte-americano teceu também duras críticas ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, a quem também rotulou de "líder do narcotráfico", e suspendeu a ajuda a Bogotá por suposta inação no combate à droga.

Petro negou as acusações e chamou Trump de "rude e ignorante em relação à Colômbia".

Classificou também o destacamento militar dos Estados Unidos como "uma ingerência" e criticou os ataques contra alegados barcos de tráfico de droga, alguns dos quais perto da costa colombiana.

Donald Trump voltou a defender a legalidade das operações e considerou que os Estados Unidos têm o direito de se defender da "vaga de drogas" que os cartéis estão a enviar para o seu território.

De acordo com o jornal The Washington Post, no primeiro destes ataques, realizado em 02 de setembro, foi conduzido um segundo bombardeamento, alegadamente ordenado pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, para matar dois sobreviventes — uma ação que poderá ser investigada como crime de guerra.

Questionado sobre o assunto, Trump disse não ter informações e que confiava em Hegseth, acrescentando que ouviu dizer que o almirante comandante da operação, Frank Bradley, "é uma pessoa extraordinária".

Por sua vez, Hegseth disse não ter visto sobreviventes enquanto monitorizava o ataque e criticou a imprensa por divulgar informações que "não se baseiam na verdade".

Tanto a Casa Branca como o Pentágono sustentaram que todos os ataques são legais e manifestaram confiança no trabalho de Bradley.

A Venezuela alertou hoje, por seu lado, os países-membros do Tribunal Penal Internacional (TPI) de que a estabilidade nas Caraíbas está ameaçada por um “desdobramento militar sem precedentes dos Estados Unidos”, situação que, segundo Caracas, “põe em risco uma região amante da paz”.

Num discurso na assembleia dos Estados Partes do TPI, em Haia, o embaixador venezuelano, Héctor Constant Rosales, referiu-se a uma situação “sem precedentes” que procura destabilizar o seu país e atingir a sua soberania.

O diplomata condenou “ações hegemónicas que hoje ameaçam a paz regional”, comparando-as depois com as consequências das sanções norte-americanas contra elementos do TPI.

CR7 e o zepelim

A propósito das tolices que se disseram em torno da visita de Ronaldo a Trump, lembrei-me de uma de muitas letras geniais de Chico Buarque: “Geni e o Zepelim”.