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Três condenados a mais de 16 anos de prisão por prepararem ataque à bomba em Hong Kong

Lusa 09:28
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O mentor dos ataques - disponibiluzou o local e comprou os materiais para fabricar explosivos - foi condenado a 18 anos.

A justiça de Hong Kong condenou hoje três pessoas a mais de 16 anos de prisão por prepararem ataques à bomba durante os protestos antigovernamentais que paralisaram a região semiautónoma chinesa em 2019.

Hong Kong: Três pessoas condenadas por planearem ataques com bombas em 2019
Hong Kong: Três pessoas condenadas por planearem ataques com bombas em 2019 EPA/JEROME FAVRE

De acordo com a imprensa local, Lukas Ho Cheuk-wai, de 41 anos, considerado o mentor dos ataques, tendo disponibilizado o local e comprado os materiais necessários para fabricar explosivos, foi condenado a 18 anos de prisão.

O mesmo tribunal de primeira instância condenou a 16 anos e oito meses de prisão Lee Ka-pan, de 31 anos, e Cheung Ka-chun, 35.

Ao proferir a sentença, o juiz Johnny Chan Jong-herng recordou que o trio tinha levado a cabo com sucesso dois ataques iniciais, sem causar vítimas, e disse que os acusados demonstraram poucos remorsos durante o julgamento.

O magistrado descreveu os atos dos acusados como uma declaração de guerra contra a sociedade e referiu que a sentença deve ser suficientemente pesada para dissuadir novos atos semelhantes.

No início de setembro, um júri, composto por sete mulheres e dois homens, tinha declarado os arguidos culpados de "conspiração para causar uma explosão de natureza que possa colocar vidas em risco ou causar danos graves à propriedade".

Os três arguidos podiam ter sido condenados a uma pena máxima de 20 anos de prisão, de acordo com uma lei aprovada ainda no tempo colonial.

No final do julgamento, que durou quase meio ano, todos os sete arguidos tinham sido absolvidos do envolvimento em atividades terroristas, acusação que podia acarretar a pena de prisão perpétua.

De acordo com a acusação, o grupo teria tentado fabricar explosivos para colocar bombas, entre novembro de 2019 e março de 2020, em vários locais da cidade, incluindo num centro médico e numa estação do metro.

Em julho de 2021, a polícia disse que os arguidos planeavam utilizar o material para bombardear tribunais, túneis, caminhos-de-ferro e fazer explodir caixotes do lixo na rua, "para maximizar os danos causados à sociedade".

A polícia disse que o grupo planeava deixar Hong Kong e sabotar a cidade antes da partida.