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Teste de cidadania alemã inclui perguntas sobre Israel

Quem quiser obter cidadania alemã tem de responder se concorda com a existência de Israel e outras perguntas relacionadas com a comunidade judaica. Objetivo é combater o antissemitismo.

Cidadãos que se queiram naturalizar como alemães têm de responder a várias perguntas sobre a sua posição relativamente ao estado de Israel, incluindo se concordam ou não com sua a existência. De acordo com o governo alemão, a medida serve como forma de combater o antissemitismo dentro da Alemanha.

O novo questionário alemão questiona os candidatos a obter a cidadania a propósito do ano de fundação de Israel (1948) ou que declarações sobre Israel são proibidas pela lei alemã. De acordo com oThe European Correspondent, há mesmo estados que pedem aos candidatos se concordam com o direito a Israel existir.

A Alemanha é, neste momento, o país europeu com a maior diáspora palestiniana, estimada em 300 mil pessoas.

Recentemente foi proíbido no país o slogan palestiniano "Do rio até ao mar, a Palestina vai ser livre", por considerá-lo antissemita. Caso um requerente tenha utilizado esta frase nas redes sociais pode ser barrado de aceder à cidadania alemã.

Nos últimos meses a Alemanha tem lidado com vários casos de ataques antissemitas, muitos deles relacionados com o ataque israelita à Faixa de Gaza que já resultou na morte de mais de 30 mil palestinianos, muitos deles civis. De acordo com o ministério do Interior alemão, esta decisão surge "em resposta ao crescente antisemitismo na Alemanha". "Novas questões do exame foram adicionadas sobre os temas do antisemitismo, o direito de existência do Estado de Israel e a vida judaica na Alemanha", pode ainda ler-se.

A medida adotada pelo governo alemão, tem como principal objetivo evitar que possíveis antissemitas consigam obter a nacionalidade e assim controlar a permanência no país de pessoas que possam constituir uma ameaça ao povo judaico e alemão. "O antissemitismo, o racismo e outras formas de desprezo pela humanidade excluem a naturalização", afirmou a ministra do Interior, Nancy Faeser, em declarações àDer Spiegel.

As alterações na lei da nacionalidade permitiram também reduzir o número de anos necessários para obter a nacionalidade alemã, descendo de oito para cinco. Passou ainda a ser permitida a dupla cidadania, pelo que os novos cidadãos alemães não precisam de renunciar à sua nacionalidade de origem.

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