Ministro de Putin, que falou à agência russa 'Tass', considera que a União Europeia é um dos principais obstáculos à paz.
No dia em que Volodymyr Zelensky se reúne com Donald Trump na Flórida, para discutir pormenores do plano de paz, a Rússia avisou que não vai permitir a presença de tropas europeias na Ucrânia. O novo alerta chegou pela voz de Sergey Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Vladimir Putin, numa entrevista à agência russa 'Tass'.
Sergey Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia AP
"A ambição cegou-os [os responsáveis europeus] completamente. Não apenas não querem saber dos ucranianos, como também não querem saber sua própria gente. É a única forma de explicar o facto de na Europa andarem a falar no envio de forças militares para a Ucrânia na chamada 'Coalition of Willing' [coligação de países que apoiam a Ucrânia]", constatou Sergey Lavrov, deixando depois um aviso: "Já dissemos várias vezes que, se for esse o caso, as nossas forças armadas vão encará-los como um alvo legítimo."
"A minha mensagem para os políticos europeus que parecem ter dificuldades em assimilar este facto – espero que leiam esta entrevista – é repetir mais uma vez que não há motivo para temer um ataque da Rússia contra qualquer pessoa. No entanto, se alguém pensar em atacar a Rússia, sofrerá um golpe devastador, como o presidente Vladimir Putin tem vindo a dizer há algum tempo", acrescentou.
Lavrov explica, por outro lado, que a Rússia "reconhece os esforços de Donald Trump e da sua equipa nas negociações para alcançar um acordo de paz", assegurando que o seu país está empenhado "em continuar a trabalhar com os negociadores norte-americanos para elaborar acordos duradouros que abordem as causas profundas do conflito".
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No entanto, lamenta que "Zelensky e os seus aliados europeus" não se empenhem em participar em "negociações construtivas". "Kiev persiste nas suas tentativas de alterar a situação na linha da frente, onde o exército russo detém firmemente a iniciativa. Este regime aterroriza os civis, atacando as infraestruturas civis do nosso país com atos de sabotagem", acusa.
Lavrov aponta o dedo aos países europeus, dizendo que injetam "dinheiro e armas no regime de Kiev" com um propósito: "Sonham com o colapso da economia russa sob a pressão das suas sanções. Após a ascensão de um novo governo ao poder nos Estados Unidos, a Europa e a União Europeia surgiram como principais obstáculos à paz. Não escondem o facto de que se estão a preparar para enfrentar a Rússia no campo de batalha."
O ministro de Putin não tem dúvidas de que "os olhos do Ocidente estão bem fechados". "Recentemente houve uma tentativa de forçar a União Europeia a aprovar uma decisão para entregar as reservas da Rússia ao regime de Zelensky. Essa tentativa falhou. É claro que Bruxelas e outras capitais europeias não podiam ignorar os escândalos de corrupção na Ucrânia, mesmo que esses escândalos não as impedissem de utilizar o regime de Kiev como instrumento de ataque contra a Rússia. Portanto, neste caso concreto, os olhos do Ocidente estão bem fechados, como se costuma dizer."
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