Países árabes classificam este passo como um “precedente perigoso” e “ameaça à paz”.
A Liga Árabe, que integra 22 Estados-membros, incluindo a Somália, reúne-se este domingo de forma extraordinária para analisar uma resposta ao reconhecimento por Israel de Somalilândia como Estado independente, um passo que classificam como “precedente perigoso” e “ameaça à paz”.
Somália integra os 22 estados-membros da Liga ÁrabeAP
A reunião, ao nível dos representantes permanentes dos Estados-membros da organização pan-árabe, deverá igualmente rejeitar o reconhecimento israelita, que, segundo políticos e analistas árabes, se insere numa tentativa de Israel encontrar um território para deslocar a população palestiniana da Faixa de Gaza.
O encontro foi convocado depois de os ministros dos Negócios Estrangeiros de cerca de 20 países árabes e islâmicos terem condenado “categoricamente”, num comunicado conjunto, o reconhecimento de Somalilândia por Israel, sublinhando que se trata de “uma região situada na República Federal da Somália” e não de um Estado independente.
A nota, divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, alerta para “as graves repercussões desta ação sem precedentes para a paz e a segurança no Corno de África e na região do mar Vermelho”, bem como para os seus efeitos na paz e segurança internacionais, acusando Israel de demonstrar “um claro e total desrespeito pelo direito internacional”.
No comunicado, os signatários rejeitam ainda “de forma categórica” qualquer ligação entre esta decisão e planos para deslocar o povo palestiniano para fora do seu território, considerando essa possibilidade inaceitável “na forma e no conteúdo”.
O documento é assinado pelos chefes da diplomacia do Egito, Arábia Saudita, Turquia, Argélia, Irão, Paquistão, Iraque, Qatar, Jordânia, Kuwait, Líbia, Omã, Comores, Djibuti, Gâmbia, Palestina, Nigéria, Somália, Sudão e Iémen, bem como pela Organização da Cooperação Islâmica, que reúne 57 Estados.
O comunicado foi emitido após Israel ter reconhecido oficialmente, na sexta-feira, a Somalilândia como um “Estado independente e soberano”, como anunciou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
De acordo com um comunicado emitido pelo seu gabinete, a decisão enquadra-se “no espírito dos Acordos de Abraão”, promovidos por iniciativa do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o seu primeiro mandato, que permitiram a normalização das relações diplomáticas entre Israel e vários países árabes a partir de 2020.
Esses acordos foram assinados entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, o Barém, o Sudão e Marrocos, com mediação norte-americana.
A Somalilândia, protetorado britânico até 1960, declarou unilateralmente a independência da Somália em 1991, após a queda do regime de Mohamed Siad Barre, mas não é reconhecida pela comunidade internacional, apesar de dispor de Constituição, moeda e Governo próprios.
Nas últimas décadas, foram lançadas várias tentativas de diálogo entre a Somália e a Somalilândia sobre o estatuto da região, sem resultados concretos.
A Somália vive desde 1991 numa situação de instabilidade e conflito, marcada pela ausência de um poder central efetivo e pela atuação de milícias islamistas, como o grupo Al Shabab, e líderes locais que detêm poder militar e político.
Liga Árabe reúne-se de emergência após reconhecimento israelita da Somalilândia
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