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Rússia, China e Irão são principais potenciadores de desinformação na UE

Embora a Rússia seja o ator de desinformação "mais agressivo", a China e o Irão intensificaram as suas estratégias, através de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e redes de 'bots' nas redes sociais.

A Rússia, a China e o Irão são os principais potenciadores de desinformação na União Europeia (UE), segundo um relatório da rede de empresas de comunicação social Euranet Plus.

Rússia, China e Irão: principais fontes de desinformação na UE
Rússia, China e Irão: principais fontes de desinformação na UE Julia Klueva/iStockphoto

A Europa assiste a um aumento das campanhas estrangeiras de desinformação, cada vez mais complexas, fragmentadas e difíceis de detetar, começa por alertar a organização. "A guerra híbrida da Rússia contra a Europa continua a aumentar, com ataques cibernéticos, sabotagem e ações secretas aliadas aos esforços de desinformação", lê-se no relatório.

Estes atores de desinformação estrangeiros "adaptam as suas técnicas para aproveitar tecnologias novas e emergentes e contornar as medidas restritas impostas contra eles".

Embora a Rússia seja o ator de desinformação "mais agressivo", a China e o Irão intensificaram as suas estratégias, através de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e redes de 'bots' (contas automatizadas) nas redes sociais.

O objetivo destes disseminadores de desinformação passa por "corroer a confiança do público, minar a credibilidade dos media e aprofundar as divisões sociais".

A influência destas campanhas de desinformação atinge toda a comunidade europeia, como a Bulgária, Áustria e França a serem frequentemente alvos do Kremlin, através de campanhas de desinformação nas redes sociais.

O relatório destaca que em Portugal o apagão energético de 28 de abril foi um dos casos de desinformação mais relevantes no país.

Um recente inquérito da UE revelou que 88% dos europeus estão preocupados com notícias falsas e manipuladas 'online'.

Neste sentido, Bruxelas introduziu novas leis no ano passado, incluindo a Lei dos Serviços Digitais (DAS), que força as principais plataformas a partilhar dados e combater a desinformação sistémica.

Além disso, em setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o lançamento de um programa de media para ajudar os Estados-membros a lidar com a desinformação.

"A nossa democracia está sob ataque, [devido ao] aumento da manipulação da informação e da desinformação que está a dividir as nossas sociedades. Não só está a minar a confiança na verdade, como também na própria democracia e precisamos urgentemente do Escudo Europeu da Democracia e de mais capacidade para monitorizar e detetar a manipulação da informação e a desinformação, pelo que vamos criar um novo Centro Europeu para a Resiliência Democrática", anunciou Ursula von der Leyen, na sessão plenária de setembro na cidade francesa de Estrasburgo.

Apesar disso, um estudo citado no relatório refere que, embora as novas medidas estejam a ser implementas, "a batalha é desigual", pois "a desinformação é rápida e barata de fazer, enquanto a verificação e desmistificação é lenta e cara".

O relatório foi desenvolvido pela rede de empresas profissionais de comunicação social Euranet Plus, que tem como objetivo transmitir conteúdo relacionado com a UE, de forma a lutar contra a desinformação.

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