NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Esquecemo-nos muitas vezes de que, para usarmos ferramentas de inteligência artificial, precisamos, na generalidade das situações e plataformas, de ser capazes de produzir um conjunto de instruções detalhadamente objetivas para conduzir o processo.
Estava mesmo a ver-se que ia acontecer. Contudo, não só não pensámos que fosse tão rapidamente como, menos ainda, nos ocorreu que fosse tão real e intenso.
A inteligência artificial desenvolveu-se de uma forma absurdamente rápida e entrou em quase todos os domínios das nossas vidas com uma voracidade transformativa difícil de acompanhar. Consome tudo e todos, torna-se uma ameaça a vários níveis e só não rouba todos os empregos porque, na maior parte das vezes, pensa mas não pensa muito.
Desde 2023, com a popularização de ferramentas generativas como o ChatGPT, Copilot ou Gemini, a presença da IA expandiu-se para muitas áreas, incluindo a educação, o marketing, os media e a saúde. O seu crescimento foi tão rápido que, em 2025, a Comissão Europeia aprovou o AI Act, o primeiro regulamento europeu sobre Inteligência Artificial, um sinal de que a tecnologia passou de promessa a questão política e ética central. Tal como é voraz na mudança, também é vorazmente ambiciosa, estendendo o seu raio de ação além daquilo que é, de facto, capaz de fazer. E erra. Deixa-nos frustrados e a pensar que, afinal, não é assim tão útil.
Esquecemo-nos muitas vezes de que, para usarmos ferramentas de inteligência artificial, precisamos, na generalidade das situações e plataformas, de ser capazes de produzir um conjunto de instruções detalhadamente objetivas para conduzir o processo. É um exercício de pensamento estruturado, não apenas um atalho de produtividade. Para isso, também precisamos compreender e aprender como funciona um algoritmo, até mesmo um algoritmo inteligente.
Quando desconhecemos os temas que pedimos à IA para tratar, o desafio adicional é o da verificação, porque está provado que, quando não sabe, inventa. Quando não alcança, interpreta livremente e entrega resultados muito distantes da instrução inicial. Poderia ser divertido, não estivesse a consumir-nos, por vezes, mais tempo do que o que ocuparíamos a desenvolver a tarefa. Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que 40% dos profissionais nos EUA perdem cerca de duas horas a corrigir cada um dos erros de conteúdos produzidos por IA. E, apesar da utilização da inteligência artificial ter duplicado desde 2023, um relatório do MIT indica que 95% das empresas não registam ganhos reais de eficiência.
Neste contexto, verifica-se uma certa imposição na utilização da IA, muitas vezes impulsionada pelo medo de ficar para trás e não pela real utilidade da tecnologia. Raramente há o cuidado de ensinar a ferramenta, ou aprender a criar instruções de forma coerente e padronizada. Cada um usa como (acha que) sabe, depois copiam-se resultados sem verificação e a nossa vida transforma-se numa reunião que poderia ter sido um e-mail. Ironicamente, nem esse e-mail é claro. Como não foi, temos mais trabalho.
O que estes estudos também demonstram é que o modo como encaramos a IA define o seu impacto: se a usamos como apoio ao pensamento humano, ajuda à pesquisa e à criatividade; se a tratamos como substituição, o resultado é outro. Cria ruído.
Em Portugal, esta tendência repete-se: as escolas e universidades experimentam a IA generativa em contextos de ensino e avaliação, mas sem orientação consistente; e muitas empresas integram ferramentas automatizadas sem garantir formação digital aos trabalhadores.
Por vezes, tento testar a minha teoria de que, apesar de tantos avanços, estamos, ou desejamos estar, num processo de retrocesso. Acredito que, perante a velocidade do mundo moderno, a única hipótese é voltar atrás.
A internet nasceu como o lugar da democratização de tudo, um espaço onde todos tínhamos voz. Essa promessa esbateu-se. Hoje, entre algoritmos e inteligências artificiais, não sabemos quem escreve, quem fala ou quem manipula as narrativas. Falam como nós, por vezes melhor do que nós, expressam-se de forma eloquente e conquistam credibilidade. Não sabemos quem são, que agenda têm, o que pretendem. Tudo se tornou enevoado e, nesse nevoeiro, não sabemos em que podemos confiar. A desinformação automatizada, potenciada por IA, é já um dos maiores riscos identificados pelo Fórum Económico Mundial para 2025. Parece um cenário dantesco que séries de ficção retratam muito bem e que a realidade começa a documentar. Em quem podemos confiar? No e-mail escrito pela inteligência artificial ou na mensagem que o colega acabou de enviar? Onde começa uma, e acaba a outra? No meio desta ambiguidade, a verdadeira questão talvez não seja se a IA é útil ou inútil, mas se vamos ceder-lhe o lugar do nosso pensamento.
IA Insustentável: a inteligência artificial está a desperdiçar o nosso tempo
Esquecemo-nos muitas vezes de que, para usarmos ferramentas de inteligência artificial, precisamos, na generalidade das situações e plataformas, de ser capazes de produzir um conjunto de instruções detalhadamente objetivas para conduzir o processo.
E se, apesar de, como se costuma dizer, nos ouvirem, monitorizarem movimentos, localização e comportamentos, esta aceleração forçada que nos faz andar depressa demais for, afinal, tão insustentável que acabe por (espero) ter efeito contrário?
O debate sobre rendas já não é sobre rendas, menos ainda sobre política habitacional. É, cada vez mais, reflexo da distorção que a tecnologia provoca na percepção da nossa realidade.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Há uma data que, anualmente, marca discretamente o princípio do fim. O Earth Overshoot Day marcou o ponto de ruptura, expondo o descompasso entre o que exigimos da Terra e o que esta consegue repor.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Esquecemo-nos muitas vezes de que, para usarmos ferramentas de inteligência artificial, precisamos, na generalidade das situações e plataformas, de ser capazes de produzir um conjunto de instruções detalhadamente objetivas para conduzir o processo.
Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.
É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?