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Reviravolta no caso do cardeal que quer participar no Conclave: Francisco ordenou que não fosse autorizado

CM 25 de abril de 2025 às 15:54
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Papa Francisco deixou por escrito que Becciu não está autorizado a participar no Conclave.

O cardeal italiano, Angelo Becciu, quer estar presente no Conclave para escolher o próximo Papa. No entanto, esta decisão vai contra o veredicto do Papa Francisco que tinha ordenado que o cardeal se afastasse do cargo e que renuncia-se os "direitos e privilégios" de cardeal depois de ser acusado de fraude financeira e posteriormente condenado a cinco anos e meio de prisão pelo tribunal do Vaticano.

Angelo Becciu, cardeal italiano
Angelo Becciu, cardeal italiano

Segundo a imprensa italiana, o cardeal está determinado a entrar na Capela Sistina argumentando que não há nenhum documento que confirme que está proibido de o fazer. Quando foi condenado em 2013 - por um desfalque de 139 milhões de euros nas contas da Santa Sé com uma estranha compra de um edifício de luxo em Londres - , o Vaticano emitiu um comunicado à imprensa mas sem valor canónico. Becci tem participado em reuniões desde o dia da morte do Papa e esta quinta-feira instalou-se a confusão. Está confirmado que o Papa deixou estabelecido - por escrito e verbalmente - que Angelo não pode participar na eleição do novo Santo Padre. Ora, inicialmente não havia nada que indicasse a vontade do Papa. Apenas rumores. Mas agora, com a descoberta deste documento, o reitor Giovanni Battista Re, de 91 anos, mudou a decisão. Durante uma reunião, esta quinta-feira, Re começou a falar de Becciu sem se aperceber que este estava na sala, segundo fontes citadas pelo El País. Becciu levantou a mão e só aí, entre 133 cardeais, é que Re se apercebeu da sua presença.

Becciu diz ter ficado chocado com a notícia da morte do Papa, após ter visto o Sumo Pontífice na Praça de S. Pedro durante a manhã de domingo Páscoa. "Nada fazia pensar numa morte tão repentina", acrescenta o cardeal. O cardeal italiano defende que "a morte, por mais repentina que seja, não pode apagar sete anos de colaboração muito estreita, de partilha das mais altas decisões eclesiais e pastorais da Igreja universal, de amizade e de costumes consolidados". "O Papa aceitava as minhas opiniões e juntos partilhávamos todas as escolhas, mesmo as mais dolorosas”, acrescenta Becciu.

O caso jurídico de Becciu acabou por desfazer os laços que este tinha com o Papa Francisco. Becciu diz ter sofrido muito pelo facto do pontífice ter mudado de opinião sobre ele de uma forma radical.

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