Num relatório, a Agência Internacional de Energia garante que o ritmo de construção de novos reatores nucleares não era sentido há três décadas e que há mais de 40 países que pretendem aumentar as infraestruturas de produção nuclear.
A produção de eletricidade nuclear no mundo vai alcançar um nível recorde este ano, disse esta quinta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE), que destaca que a China será líder mundial esta década.
Num relatório, a AIE salienta que o ritmo de construção de novos reatores nucleares, que representam uma capacidade de 71 gigawatts, não era sentido há três décadas e que há mais de 40 países que pretendem aumentar as infraestruturas de produção nuclear.
Existem atualmente mais de 410 reatores nucleares em funcionamento em 30 países de todo o mundo, que produzem 9% da eletricidade global, uma percentagem que diminuiu para metade desde o final dos anos 1990, porque o consumo de eletricidade cresceu mais rapidamente durante este período.
Outra demonstração desta nova era de crescimento da energia nuclear é o facto de o nível de investimento anual, em novos reactores ou no prolongamento da vida útil dos que já estão em funcionamento, ter aumentado quase 50% em três anos desde 2020 e quase duplicado numa década, atingindo 65 mil milhões de dólares (63,1 mil milhões de euros) em 2023.
Os autores do estudo sublinham ainda a forma como o mapa global da energia nuclear está a mudar. Embora a Europa tenha liderado a tecnologia na década de 1990, seguida de perto pelos Estados Unidos, a situação está a mudar rapidamente.
Apesar de mais de 70% dos reatores atualmente em funcionamento estarem localizados em países desenvolvidos, só a China é responsável por metade dos 63 reatores em construção até ao final de 2024, com uma capacidade total de 71 gigawatts.
A consequência é que, até 2030, o gigante asiático vai ultrapassar em capacidade de produção tanto a Europa (o peso relativo na produção de eletricidade na União Europeia baixou de 34%, em 1997, para 23%, atualmente) como os Estados Unidos.
Os EUA são quem possui o maior número de reatores, fornecendo quase 20% da eletricidade consumida no país.
Em Espanha, onde todos os reatores deverão ser desativados entre 2027 e 2035, a percentagem em 2023 era mais elevada do que nos Estados Unidos e situava-se ligeiramente acima dos 20%.
Dos 52 reatores que começaram a ser construídos em todo o mundo entre o início de 2017 e setembro de 2024, 25 são de conceção chinesa e 23 russa. Apenas quatro estão localizados em países da OCDE, dois no Reino Unido (projeto francês) e dois na Coreia do Sul (projeto próprio).
A Rússia detém 40% da capacidade mundial de enriquecimento de urânio, uma técnica necessária para produzir combustível para as centrais elétricas, e, juntamente com os outros três países, representa 99%.
Para o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, este nível de concentração das tecnologias nucleares é "um fator de risco para o futuro".
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