Sábado – Pense por si

Presidente mexicana apresenta reforma para criminalizar assédio após ter sido vítima

Lusa 06 de novembro de 2025 às 10:52
As mais lidas

Um homem tocou-lhe no peito e tentou beijar a chefe de Estado no pescoço. Sheinbaum disse ter percebido a gravidade dos acontecimentos ao ver os vídeos.

A Presidente mexicana apresentou uma reforma constitucional para criminalizar o assédio sexual, após ter sido agredida esta semana, enquanto caminhava na Cidade do México, por um homem que a tocou sem o seu consentimento e que já foi preso. O objetivo, segundo Cláudia Sheinbaum, é criminalizar o assédio sexual em todo o país e trazer à tona "um problema sistémico que afeta todas as mulheres mexicanas".

A carregar o vídeo ...

"Quero criar um precedente", esclareceu.

O incidente ocorreu enquanto Sheinbaum caminhava na rua na Cidade do México e cumprimentava simpatizantes. Na altura, um homem tocou-lhe no peito e tentou beijar a chefe de Estado no pescoço. Sheinbaum disse ter percebido a gravidade dos acontecimentos ao ver os vídeos.

"Decidi apresentar queixa porque isso é algo que eu vivenciei como mulher, mas é algo que as mulheres em nosso país vivenciam", declarou, durante uma conferência de imprensa, acrescentando: "Se não apresentar queixa, o que será de todas as mulheres mexicanas?”.

Atualmente, o assédio sexual é crime na Cidade do México, mas não está tipificado de forma uniforme em todo o país. O governo também planeia lançar uma campanha nacional para promover o respeito e a necessidade de uma "mensagem forte" de que "o espaço pessoal das mulheres não deve ser violado".

A presidente da câmara da Cidade do México, Clara Brugada, divulgou entretanto uma mensagem de apoio a Sheinbaum: "Se tocarem na Presidente, tocam em todas nós", disse, em comunicado, sublinhando: "Tolerância zero para a violência contra a mulher".

As Nações Unidas já condenaram o assédio sofrido pela Presidente mexicana e apelaram para que a violência contra as mulheres no país não seja "normalizada, nem minimizada".

O Ministério da Mulher do México também condenou o incidente e aproveitou a oportunidade para encorajar as vítimas desse e de outros tipos de abuso a denunciá-los: "Mulheres, adolescentes e meninas não devem ser tocadas!".

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), mais de 70% das mulheres mexicanas com mais de 15 anos sofreram algum tipo de abuso e quase metade delas foram vítimas de violência sexual, sendo a Cidade do México o segundo estado com o maior número de casos.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.