Mudança de posição de Andrzej Duda acontece depois de enormes protestos contra uma decisão do Tribunal Constitucional polaco.
O Presidente da Polónia defendeu hoje que as próprias mulheres deveriam ter o direito de abortar em caso de fetos com problemas congénitos, rompendo com a liderança conservadora, que apoiou uma proibição que levou a protestos de rua.
"A lei não pode exigir esse tipo de heroísmo de uma mulher", disse Andrzej Duda, em entrevista à rádio RMF FM.
O governante falava depois de uma semana de enormes protestos em toda a Polónia, após uma decisão do tribunal constitucional declarando ser inconstitucional interromper uma gravidez devido a defeitos congénitos fetais.
A decisão efetivamente proíbe quase todos os abortos num país que já tinha uma das leis de aborto mais restritivas da Europa.
Essa decisão gerou enormes protestos em todo o país, com os jovens a responderem a um apelo de ativistas pelos direitos das mulheres e a saírem à rua para defender as suas liberdades.
Homens de um grupo de extrema direita, o All-Polish Youth, atacaram mulheres que participavam em protestos durante a noite nalgumas cidades, incluindo Wroclaw, Poznan e Bialystok.
Estas ações aconteceram depois de o político mais poderoso da Polónia, o líder do partido no governo Jaroslaw Kaczynski, ter pedido aos seus apoiantes que saíssem às ruas para defender as igrejas, após diversas mulheres terem interrompido missas no domingo passado e de algumas igrejas terem acabado por ficar pintadas com spray.
Muitos interpretaram o apelo de Kaczynski como uma permissão à violência contra os manifestantes.
As afirmações do Presidente polaco contrastam fortemente com a sua reação inicial, na semana passada, quando saudou a decisão do tribunal e enfatizou a sua oposição ao aborto, mesmo quando o feto está irreversivelmente danificado.
O chefe de Estado também sublinhou a diferença de opinião com Kaczynski sobre a questão da segurança, dizendo que a polícia deveria ser a única responsável pela proteção das ruas.
Segundo uma sondagem divulgada esta semana pelo portal Onet.pl, 66% dos polacos desaprova o acórdão do Tribunal Constitucional e 69% querem um referendo sobre o direito ao aborto.
Ocorrem menos de 2.000 abortos legais anualmente na Polónia e a grande maioria deve-se a má formação do feto.
Para sexta-feira está prevista mais uma grande manifestação na capital polaca.
Presidente da Polónia defende direito de abortar fetos com problemas congénitos
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