O comandante da brigada aeroespacial dos Guardas da Revolução iranianos garantiu que um soldado confundiu o avião com um "míssil de cruzeiro" e teve "10 segundos" para decidir.
O comandante da brigada aeroespacial dos Guardas da Revolução iranianos assumiu hoje a "responsabilidade total" pela queda do Boeing 737 ucraniano, abatido com 176 pessoas a bordo perto de Teerão pelas forças armadas iranianas na quarta-feira.
"Assumo a responsabilidade total" por esta catástrofe, afirmou o general Amirali Hajizadeh, numa declaração transmitida pela televisão, adiantando que "preferia ter morrido do que assistir a tal acidente".
O operador do míssil que abateu o Boeing ucraniano em Teerão abriu fogo sem poder obter a confirmação de uma ordem de tiro devido a uma "interferência" nas telecomunicações, disse o general iraniano.
O soldado confundiu o avião com um "míssil de cruzeiro" e teve "10 segundos" para decidir, declarou o general. As 176 pessoas que seguiam a bordo do avião ucraniano morreram.
As forças armadas iranianas afirmaram que confundiram o avião de passageiros ucraniano com um alvo hostil momentos depois do ataque do Irão com mísseis balísticos contra duas bases militares no Iraque que albergavam tropas norte-americanas.
O Irão admitiu hoje que o avião ucraniano que se despenhou na quarta-feira em Teerão, matando todas as 176 pessoas a bordo, foi abatido inadvertidamente por militares iranianos, noticiou a televisão estatal. O presidente do Irão afirmou que o país "lamentava profundamente" ter abatido um avião civil ucraniano, sublinhando tratar-se de "uma grande tragédia e um erro imperdoável".
Até aqui, o Irão tinha negado que um míssil fosse responsável pelo acidente.
"O inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados por engano provocaram a queda do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes", admitiuHassan Rohani, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
"As investigações continuam para identificar e levar à justiça" os responsáveis, acrescentou.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano apresentou "as desculpas" do país pela catástrofe doBoeing 737da companhia Ukrainian Airlines, depois de as forças armadas terem igualmente reconhecido que o avião foi abatido por erro.
"Dia triste", escreveu Mohammmad Javad Zarif no Twitter. Um "erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo norte-americano levaram ao desastre, acrescentou.
"O nosso profundo arrependimento, desculpa e condolências ao nosso povo, às famílias das vítimas e às outras nações afetadas" pelo drama, disse o ministro.
O Estado-maior das forças armadas do Irão garantiu à população do país que "o responsável" pela tragédia do Boeing ucraniano abatido na quinta-feira nos arredores de Teerão, vai ser imediatamente apresentado à justiça militar.
"Garantimos que ao realizar reformas fundamentais nos processos operacionais ao nível das forças armadas, vamos tornar impossível a repetição de tais erros", acrescentou, em comunicado.
O aparelho, com destino a Kiev, transportava 167 passageiros e nove tripulantes de várias nacionalidades, incluindo 82 iranianos, 57 canadianos, 11 ucranianos, dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.
"Preferia ter morrido". General iraniano assume culpa por queda de avião
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Num mundo incerto e em permanente mudança, onde a globalização e a tecnologia redefinem o modo de conceber e fazer justiça, as associações e sindicatos de magistrados são mais do que estruturas representativas. São essenciais à vitalidade da democracia.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.