Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas da capital do Nepal nos últimos dias para expressar a sua indignação contra a decisão das autoridades de bloquear a maioria das redes sociais. Dezanove pessoas morreram nos protestos.
O primeiro-ministro nepalês demitiu-se hoje na sequência de uma onda de protestos antigovernamentais contra a proibição de acesso às principais plataformas de redes sociais e o aumento da corrupção, em que morreram 19 pessoas.
O primeiro-ministro nepalês demitiu-se após protestos contra bloqueio de redes sociais em KatmanduAP Photo/Pamela Smith
Sharma Oli, que inicialmente recusou abandonar o cargo apesar das exigências dos manifestantes, cedeu finalmente e apresentou a sua demissão numa tentativa de conter os protestos, que afetam principalmente Katmandu. Pouco antes, o ministro da Agricultura nepalês, Ramnath Adhikari, também se demitiu, depois de o secretário do Interior, Rasmesh Lekhak, ter anunciado, na segunda-feira, a sua saída do Governo.
Adhikari citou a "resposta autoritária" do Governo aos protestos, nos quais as forças de segurança usaram munições reais contra civis, como a principal razão para a sua demissão. "Em vez de reconhecer o direito da população de questionar a democracia e de se manifestar, o Estado respondeu com repressão, assassinatos e uso da força, levando o país para um modelo autoritário em vez de democrático", afirmou.
Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas da capital do Nepal nos últimos dias para expressar a sua indignação contra a decisão das autoridades de bloquear a maioria das plataformas de redes sociais, incluindo o Facebook, a X e o YouTube, alegando que as empresas não se registaram e não se submeteram à supervisão governamental. "Parem com a proibição das redes sociais, parem com a corrupção, não com as redes sociais", gritaram as multidões, agitando bandeiras nacionais vermelha e azul.
A manifestação foi chamada de protesto da 'Geração Z', referindo-se às pessoas nascidas entre 1995 e 2010, por terem sido estes os jovens que constituíram os principais opositores da decisão governamental.
Cerca de duas dezenas de plataformas de redes sociais amplamente utilizadas no Nepal receberam repetidamente notificações para registar as suas empresas oficialmente no país, informou o Governo. As que não se registaram estão bloqueadas desde a semana passada. TikTok, Viber e outras três plataformas registaram-se e operam sem interrupções.
A medida das autoridades foi tomada depois de o Governo ter enviado um projeto de lei para debate no parlamento que visava garantir que as plataformas sociais são "adequadamente geridas, responsáveis e prestam contas".
O projeto inclui a obrigação das empresas nomearem um gabinete ou ponto de contacto no país. O projeto de lei tem sido amplamente criticado como uma ferramenta de censura e punição dos opositores do Governo que expressam os seus protestos 'online'.
Os grupos de defesa dos direitos humanos classificaram a medida como uma tentativa do Governo de restringir a liberdade de expressão e violar os direitos fundamentais.
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Num mundo incerto e em permanente mudança, onde a globalização e a tecnologia redefinem o modo de conceber e fazer justiça, as associações e sindicatos de magistrados são mais do que estruturas representativas. São essenciais à vitalidade da democracia.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.