Milhões de pellets de plástico poluem as praias desde que um contentor caiu de um navio ao largo de Viana do Castelo. Galegos têm recolhido o que podem com pás e passadores.
A costa galega foi atingida por milhões depelletsde plástico, pequenas bolinhas usadas no fabrico de tecidos, de garrafas de água ou sacos de plástico. Ospelletssaíram de um porta-contentores que deixou cair um ao largo da costa portuguesa, perto de Viana do Castelo no fim de dezembro de 2023 e foram parar às praias. Várias pessoas pegaram em passadores e pás para recolher o plástico e já houve acusações políticas de falta de ação.
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Ospelletssão um dos tipos de plástico que polui os mares e rios de todo o mundo, estimando-se, segundo a agência noticiosa Reuters, que a cada ano 10 biliões depelletsde plástico contaminem os ecossistemas marinhos.
Estes eram transportados pelo navio Toconao, registado na Libéria e que trabalhava para a empresa de transportes Maersk. O fabricante dospelletsé a Bedeko Europe.
Maria Jesus Montero, vice-primeira-ministra de Espanha, disse à TVE que o governo estava preocupado com as consequências do sucedido, mas que ainda não era conhecido o impacto nas pescas. De acordo com o jornalLa Voz de Galicia, ainda não se registaram alertas de peixes nem de aves afetadas nos centros de recuperação de fauna locais.
O grupo ambientalista Ecologistas en Accion denunciou a "inação duas semanas depois de detetar a fuga" por parte das autoridades locais e vão apresentar queixa de crime ambiental contra a Toucan Maritime, a dona do navio.
A conselheira do Meio Ambiente da Galiza, Ángeles Vázquez, afirmou que ospelletsnão são tóxicos nem perigosos, sendo feitos de PET, um tipo de plástico tipo poliésteres.
O Ministério Público já abriu um inquérito ao sucedido, enquanto se trocam acusações políticas: de acordo com o jornalEl País, o governo da Galiza e o governo central de Espanha acusam-se mutuamente de não ter atuado rapidamente. Se o governo da Galiza diz não ter recebido comunicação oficial sobre a fuga até 3 de janeiro, o ministro dos Transportes garante que tal foi feito 21 dias antes. Segundo oLa Voz de Galicia, a primeira informação é de 20 de dezembro.
As ações dos galegos que tentam limpar as praias com objetos que têm em casa faz recordar o sucedido em 2002, quando o petroleiro Prestige despejou 63 mil toneladas de petróleo na costa galega. "Infelizmente, todos somos recordados de imagens do passado que queríamos apagar", reconheceu Ángeles Vázquez.
Plástico invade as praias galegas. Governos de Espanha e Galiza trocam acusações
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