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Parlamento Europeu inicia processo para levantar imunidade a Puigdemont

16 de janeiro de 2020 às 13:03
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Os agora eurodeputados Puigdemont e Comín vivem na Bélgica desde 2017, quando fugiram de um mandado de captura das autoridades espanholas, que também os queria julgar pelo seu envolvimento na tentativa separatista.

O Parlamento Europeu anunciou na sessão plenária de Estrasburgo, esta quinta-feira, que iniciou o processo para examinar o levantamento de imunidade parlamentar dos separatistas catalães Carles Puigdemont e Toni Comín, conforme foi pedido pela Justiça espanhola.

"As autoridades espanholas dirigiram-se ao Presidente da nossa instituição a solicitar o levantamento da imunidade de Carles Puigdemont e Toni Comin, para que possam continuar o processo judicial contra os dois eurodeputados. Em conformidade com o regimento, este pedido é submetido à comissão dos Assuntos Jurídicos", disse no início da sessão plenária a vice-presidente da instituição Ewa Bozena Kopacz.

Este tipo de procedimento, para o levantamento de imunidade parlamentar, pode levar semanas ou mesmo meses até estar concluído.

Depois de analisar o caso e ouvir Puigdemont e Comín em audiência à porta fechada, a comissão elaborará um relatório com recomendações que serão votadas em plenário e aprovadas por maioria simples.

Os dois separatistas catalães fugidos à justiça espanhola ocupam desde a última segunda-feira o seu lugar de deputados europeus para os quais foram eleitos em maio passado.

Carles Puigdemont e Toni Comín vivem na Bélgica desde 2017, quando fugiram de um mandado de captura das autoridades espanholas, que também os queria julgar pelo seu envolvimento na tentativa separatista.

O reconhecimento do ex-presidente da região espanhola da Catalunha e do seu ex-conselheiro da Saúde como deputados europeus foi aprovado depois de o Tribunal Europeu de Justiça ter decidido em dezembro que os dois gozavam de imunidade parlamentar desde o anúncio dos resultados das eleições.

O Tribunal Supremo espanhol pediu o levantamento da imunidade parlamentar alegando que os feitos de que são acusados pela Justiça espanhola são "muito anteriores à sua eleição [europeias] e não têm relação com a sua atividade" no Parlamento Europeu.

O Supremo espanhol decidiu, também na semana passada, manter na prisão Oriol Junqueras, também eleito eurodeputado, mas que está a cumprir uma pena de 13 anos pelo seu envolvimento na tentativa de independência da Catalunha em 2017.

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