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Países ocidentais impõem sanções à China por causa da perseguição aos Uighurs

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SÁBADO 22 de março de 2021 às 17:55
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Desde os protestos de Tiananmen, em 1989, que a União Europeia não aplicava sanções à China por causa de violação de direitos humanos.

A União Europeia, os EUA, Canadá e Reino Unido anunciaram sanções à China por desrespeito dos direitos humanos, cometido especialmente contra a minoria muçulmana Uighur. 

REUTERS/Thomas Peter/File Photo

São conhecidos os campos na região de Xinjiang, que a China alega serem de "reeducação" e de "combate ao terrorismo", mas que várias denúncias garantem ser campos de tortura, trabalho forçado e abuso sexual sobre esta minoria muçulmana.

Organizações de direitos humanos garantem que mais de um milhão de Uighurs e pessoas de outras minorias estão presas em campos, naquela região.

As sanções, refere a BBC, são um esforço coordenado para tentar por fim aos abusos denunciados. Já a China respondeu com sanções a oficiais europeus.

Para o ministro dos negócios estrangeiros britânico, Dominic Raab o que se passa com os Uighur em Xinjiang é "uma das maiores crises de direitos humanos do nosso tempo" e a comunidade internacional "não pode simplesmente olhar para outro lado".

Desde a repressão dos protestos de Tiananmen, em 1989, que a União Europeia não aplicava sanções à China por violações dos direitos humanos.

Para já o que se sabe das sanções é que estas incluem proibições de viajar e congelamento de bens. Os alvos são oficiais de topo da região de Xinjiang que estão acusados de terem responsabilidade direta nos abusos cometidos contra os Uighurs.

Estão entre os sancionados estão: Chen Mingguo, diretor do Departamento de Segurança Pública de Xinjiang, que a UE diz ser responsável por "sérias violações dos direitos humanos"; os oficiais seniores do governo central Wang Mingshan e Wang Junzheng; e o ex-secretário adjunto do partido em Xinjiang, Zhu Hailun. Foi ainda incluída nas sanções uma organização: o Departamento de Construção e Produção do Corpo de Segurança Pública de Xinjiang. 

A China respondeu a estas sanções dizendo que se baseiam "apenas em mentiras de desinformação". Em resposta prometeu sancionar 10 pessoas e quatro entidades europeias  que "causaram dano severo à soberania e aos interesses chineses e que espalharam mentiras e desinformação".

Entre os sancionados pela China está o político alemão Reinhard Butikofer, que encabeça a delegação do parlamento europeu na China. Os sancionados estão impedidos de entrar na China ou fazer negócios no país.

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