Alexei Moskalev foi condenado pelos seus comentários nas redes sociais, depois da filha ter feito um desenho na escola contra a guerra. Homem esteve no tribunal na segunda-feira, mas esta terça-feira não apareceu para a leitura da sentença. Advogado garante que não sabe onde ele está.
Alexei Moskalev, de 53 anos, foi condenado a dois anos de prisão por desacreditar o exército russo. A sua filha, de 13 anos, foi-lhe retirada no início do mês depois de ter feito um desenho na escola contra a guerra na Ucrânia. A sentença foi lida esta terça-feira no tribunal de Yefremov, mas Moskalev não compareceu, tendo, segundo as autoridades, escapado à prisão domiciliária, encontrando-se em parte incerta.
SOTA/Handout via REUTERS
O homem estava acusado de repetidamente criticar o exército russo nas redes sociais. Esteve no tribunal na segunda-feira, mas hoje não apareceu. A sua sorte não foi diferente da de dezenas de russos que já foram condenados por causa das suas posições contra a guerra, porém o seu caso ganhou a atenção mediática fora da Rússia por causa da decisão das autoridades de lhe retirarem a filha adolescente.
À BBC, a vereadora de Yefremov Olga Podolskaya confessou estar "em choque". "Pena de prisão por expressar a própria opinião é uma coisa terrível. Dois anos de prisão é um pesadelo." A responsável local mostrou-se ainda surpreendida por Moskalev ter sido dado como estando em fuga - "Espero que nada lhe tenha acontecido".
O advogado do homem também garantiu à Reuters não fazer ideia do seu paradeiro. "Neste momento, para ser honesto, estou em estado de choque", afirmou Vladimir Biliyenko. O advogado indicou que vai recorrer da sentença e que até lá Masha, a sua filha, irá ficar na instituição de acolhimento.
A família Moskalev ficou no radar das autoridades, quando no início do março, a escola de Masha Moskaleva comunicou à polícia que a menina tinha feito um desenho com uma bandeira ucraniana, onde tinha escrito "Glória à Ucrânia", mísseis, e uma bandeira russa com as palavras "Não à guerra!".
Alexei Moskalev tinha contactado a vereadora local para lhe comunicar que estava sob grande pressão, depois da mãe da filha ter saído de casa para longe da área de onde vivem e se ter afastado dos dois. Porém, o homem já tinha sido multado, no ano passado, por comentários em relação à guerra nas redes sociais. O que levou agora o tribunal a considerar que era reincidente e a julgá-lo como tendo cometido um crime mais gravoso, conforme previsto pelas leis russas, desde que Moscovo invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2021.
Entretanto, a filha foi-lhe retirada e a Comissão dos Assuntos Juvenis já pediu uma interdição dos direitos parentais. O advogado de Moskalev tentou visitar a menina no centro de acolhimento, na segunda-feira, mas ela não estaria nas instalações. O diretor do centro entregou-lhe desenhos e uma carta para o pai. Segundo Vladimir Biliyenko, a menina escreveu: "Papá, és o meu herói".
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