Autoridades mantêm-se "vigilantes" apesar de, neste momento, não considerarem que existe algo de perigoso no fenómeno.
Já passou mais de um mês desde que vários norte-americanos começaram a relatar estarem a observar drones durante a noite, no entanto as autoridades ainda não conseguiram esclarecer o que está a acontecer apesar de não considerarem que se trata de um perigo para a segurança nacional.
No passado domingo, o secretário de Estado para a Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, confirmou que as observações relatadas incluem sistemas aéreos não tripulados (conhecidos como drones), mas também pequenas aeronaves tripuladas que facilmente podem ser confundidas com drones referindo ainda que não existem informações de "nenhum envolvimento estrangeiro" no fenómeno. Mesmo assim as autoridades mantêm-se "vigilantes".
"Se houver algum motivo para preocupação, se identificarmos qualquer envolvimento estrangeiro ou atividade criminosa, comunicaremos com o público americano adequadamente", garantiu.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já tinha referido que não há "nada de nefasto" nem deve ser generalizada "nenhuma sensação de perigo" relacionada com as observações.
Uma declaração conjunta do Departamento de Segurança Interna, do FBI e da Administração Federal de Aviação considerou que as observações são uma "combinação de drones comerciais legais, drones amadores e drones policiais, bem como aeronaves tripuladas, helicópteros e estrelas erroneamente relatadas como drones". A Administração Federal de Aviação é a responsável por integrar as operações dos drones no Sistema Nacional de Espaço Aéreo, no entanto já relatou ter dificuldades em rastrear este tipo de equipamento através de radares tradicionais já que os drones operaram numa altitude mais baixa dos que os restantes sistemas aéreos, a alta velocidade e com rápidas mudanças de direção.
Alguns estados têm criticado a forma como o governo está a gerir a situação e a falta de informações públicas. Foi já anunciada uma proibição temporária, pelo menos até 17 de janeiro, em quase duas dúzias de cidades de Nova Jersey devido ao número de recentes observações durante a noite.
Ao que parece o primeiro avistamento ocorreu a 18 de novembro em Nova Jersey, mas rapidamente se espalharam por outros estados no nordeste do país. Alguns dos relatos referem que os drones estavam perto de Picatinny Arsenal, uma instalação de pesquisa militar, e do campo de golfe do presidente eleito Donad Trump, na cidade de Bedminster.
Já durante o mês de dezembro foram observados fenómenos similares nos estados de Nova Iorque, Connecticut, Maryland, Massachusetts, Pensilvânia, Virgínia e Ohio.
Esta é uma situação que tem originado várias teorias da conspiração, existindo quem defenda que se trata de uma procura por armas nucleares, bombas radioativas ou até que os drones fazem parte de uma invasão iminente de alienígenas.
Depois de uma reunião privada no dia 17 de dezembro, Jim Himes, membro da Câmara dos Representantes e representante do Connecticut, partilhou que as informações obtidas pelas autoridades de defesa revelam que "não há nenhuma evidência de que as leis tenham sido violadas" uma vez que a "grande maioria" das observações eram de pequenas aeronaves ou de drones com licença.
O congressista afirmou ainda que existem "milhões de drones" registados nos Estados Unidos, oitocentos mil pesam mais de 225 gramas. Então mas se existem tantos drones registados nos Estados Unidos por que é que só agora estão a ser avistados? Alejandro Mayorkas explicou que existiu uma alteração na lei federal no ano passado que permite que os equipamentos voem durante a noite, o que "pode ser uma das razões".
Já no dia 11 de dezembro tinha existido uma reunião com o Departamento de Segurança Interna onde a deputada estadual de Nova Jersey, Dawn Fantasia, defendeu que os drones pareciam evitar a deteção através de meios tradicionais, como helicópteros e rádio. A deputada defendeu ainda que algumas das aeronaves estavam com as luzes desligadas e "operavam de maneira coordenada".
O presidente eleito Donald Trump defendeu que "o governo sabe o que está a acontecer, mas por alguma razão não quer comentar", afirmando ainda: "Acho que seria melhor eles dizerem o que os nossos militares sabem e o que o nosso presidente sabe". Porém, recusou partilhar se tinha mais informações sobre o fenómeno.
A realidade é que já passou mais de um mês desde que os drones começaram a ser avistados e ainda não está claro quem é que está a operá-los. Jeff Van Drew, congressista republicano de Nova Jersey, defendeu que os drones estavam a ser lançados de uma "nave-mãe" iraniana que estava estacionada no Atlântico enquanto o democrata de Illinois Raja Krishnamoorthi afirmou que a China poderia estar envolvida.
Estes casos já levaram o governador do estado de Nova Iorque a pedir ao governo federal que permita que os estados reprimam os drones uma vez que neste momento abater drones é ilegal. Também o senador democrata de Connecticut, Richard Blumenthal, defendeu que os drones deviam ser abatidos.
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