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O que se passa com Alexander Lukashenko?

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 15 de maio de 2023 às 20:00
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Presidente da Bielorrússia não era visto em público desde terça-feira, esta segunda-feira foi divulgada uma fotografia pelos media oficiais, mas não foi o suficiente para abafar os rumores de doença. Notícias não oficiais dão conta de uma ida do aliado de Putin ao hospital no sábado à noite.

O presidente da Bielorrússia esteve sem aparecer em público desde terça-feira e no domingo não participou na cerimónia oficial do Dia da Bandeira Nacional, Emblema e Hino. Para calar os rumores de Alexander Lukashenko está doente e que terá ido ao hospital presidencial no sábado à noite, esta segunda-feira os media estatais divulgaram uma fotografia do chefe de governo.

Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS

Antes disso, o seu mais forte aliado, a Rússia, recusou fazer qualquer comentário ao estado de saúde de Lukashenko. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sublinhou que até ao momento não tinha havido nenhum anúncio oficial e que o melhor é que todos se guiassem pelas informações oficiais das autoridades bielorrussas.

Ontem, nas cerimónias em Minsk, o primeiro-ministro, Roman Golovchenko, leu uma mensagem em nome do presidente e aí adensaram-se os rumores de doença. Já que numa das últimas aparições públicas de Lukashenko, a 9 de maio, em Moscovo no Dia da Vitória, o aliado de Putin apareceu visivelmente cansado tendo falhado partes do programa, como um almoço com o presidente russo. Horas depois ainda participou na cerimónia do Dia da Vitória em Minsk, mas apenas foi visto a depositar flores num memorial, sem fazer o habitual discurso.

Depois de ter permanecido em silêncio durante o fim de semana, ao final do dia desta segunda-feira o gabinete oficial divulgou uma fotografia e explica que o líder esteve de visita a uma base aérea. Na imagem, Lukashenko aparece com a mão esquerda ligada. Na visita a Moscovo tinha aparecido com a mão direita ligada.

Lukashenko, de 68 anos, é líder da Bielorrússia desde 1994 e é descrito muitas vezes como o último ditador da Europa de Leste. A repressão da oposição e o facto de ser um aliado fiel de Putin - autorizou recentemente as tropas russas a usar o seu território como base para os ataques à Ucrânia - têm-lhe valido esse título.

Apesar da repressão, Lukashenko enfrenta oposição, contando até com um governo-sombra estabelecido no estrangeiro, depois do resultado das eleições de 2020, que o governante reclamou ter vencido. Com milhões nas ruas a denunciar fraude eleitoral, conseguiu manter-se no poder graças à repressão policial que deteve milhares de pessoas e ao apoio que recebeu da Rússia.

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