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Milhares em manifestação de apoio a independentistas catalães

16 de março de 2019 às 19:25
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Quim Torra, presidente da Catalunha, garantiu: "Olha no que falhaste Espanha, para que tanta gente esteja apelando a esse direito à autodeterminação."

Milhares de pessoas manifestaram-se este sábado em Madrid, Espanha, a favor da independência da Catalunha e para demonstrar apoio aos líderes independentistas que estão a ser julgados pelo Supremo Tribunal.

A manifestação foi convocada por associações e pela Assembleia Nacional Catalã. Diferentes fontes avançam números de manifestantes: a Polícia Nacional estima 18 mil manifestantes, o jornal El País 56 mil e a organização do evento, 120 mil. Chegaram mais de 450 autocarros à capital espanhola com manifestantes, indicou o El País.

Quim Torra, presidente da Catalunha, liderou a manifestação e discursou. "Olha no que falhaste Espanha, para que tanta gente esteja apelando a esse direito à autodeterminação. A democracia, os direitos civis, os direitos sociais, o direito à autodeterminação têm que formar parte de ti, Espanha. E hoje mais que nunca aqui desde Madrid fundimo-nos num abraço solidário com os nossos companheiros e companheiras presos políticos e no exílio", afirmou. "Estamos aqui por eles, pela sua liberdade, para denunciar esse julgamento-farsa, para acusar o Estado desta injustiça e não pararemos, não pararemos até à sua liberdade e até que o nosso direito de autodeterminação seja respeitado e exercido. Não nos pararão."

Nos cartazes, lia-se mensagens como "A autodeterminação não é delito. Democracia é decidir" e "Viemos despedir-nos". Não se registaram incidentes.

Líderes catalães podem ser condenados a 25 anos de prisão

O Tribunal Supremo espanhol está a julgar 12 envolvidos na tentativa independentista de 2017.

Após o referendo sobre a independência, proibido pela justiça central, realizado em outubro de 2017, os separatistas catalães proclamaram uma república catalã independente, decisão que levou o executivo de Rajoy a destituir Carles Puigdemont e a dissolver o parlamento regional.

Porém, as eleições regionais realizadas em dezembro do mesmo ano voltaram a ser ganhas pelos partidos independentistas.

O Ministério Público pede penas que vão até 25 anos de prisão, por alegados delitos de rebelião, sedição, desvio de fundos e desobediência. O julgamento iniciou-se a 12 de fevereiro e deverá demorar três meses, com a sentença a ser conhecida antes das férias de verão, segundo previsão feita pelo tribunal.

A figura principal da tentativa de independência, Carles Puigdemont, é o grande ausente neste processo, visto que Espanha não julga pessoas à revelia em delitos com este grau de gravidade. A partir da Bélgica, onde se refugiou, Carles Puigdemont assinalou, na rede social Twitter, estar "emocionado" face ao "êxito" da manifestação.

A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.