Yolanda Sánchez, presidente da Câmara de Cotija, foi baleada na segunda-feira. Outros 23 candidatos foram mortos durante a campanha eleitoral.
Horas após a histórica eleição de Claudia Sheinbaum como a primeira mulher presidente do México, a política mexicana está de luto. Eleita em 2021, Yolanda Sánchez Figueroa foi a primeira mulher a ocupar o cargo de autarca de Cotija, cidade do estado de Michoacán, mas acabaria por ser baleada mortalmente após uma emboscada, num pico de violência contra políticos que tem assolado o México ao longo de toda a campanha presidencial.
Segundo a imprensa local, Sánchez, que já havia reportado ter recebido ameaças de morte, e que em 2023 foi raptada três dias numa visita ao estado vizinho de Jalisco, terá sido baleada 19 vezes por homens armados no centro da cidade de Cotija, na segunda-feira, tendo sido declarado o óbito no hospital pouco depois. O ataque vitimou também o guarda-costas.
A polícia investiga agora o ataque, para já sem qualquer detenção feita, apesar da suspeita que pode ter sido conduzido por uma organização criminosa.No rescaldo do rapto, em 2023, Yolanda Sánchez disse não saber de quem era a responsabilidade pelo seu cativeiro, mas os meios de comunicação locais acreditavam na possibilidade de ter sido levado a cabo pelo Cartel Jalisco New Generation (CJNG), uma vez que é conhecido por ter como alvo funcionários públicos que se recusam a cumprir ordens do mesmo.
Aquando da eleição, ainda em 2021, na altura em que começou a ser ameaçada, Sánchez disse que o teor das ameaças passava pela exigência de a segurança da cidade ser entregue à policia estadual, paga por grupos de narcotráfico.
Através de uma publicação no X, em representação do Ministério do Interior, o governo de Michoacán já condenou o ataque e confirmou que estava em curso uma operação para encontrar os responsáveis.
Formada em Direito pela Universidade Interamericana para o Desenvolvimento (UNID), Yolanda Sánchez Figueroa trabalhou como advogada e consultora jurídica. Em 2021 foi eleita pelo Partido Acción Nacional (PAN), arrecadando mais de 3000 votos, chegando assim ao cargo de presidente do município.
O assassinato de Sánchez é mais um dado para uma contagem violenta. Segundo aCBS, pelo menos 23 candidatos políticos foram mortos durante a campanha que antecedeu as eleições nacionais mexicanas – incluindo um candidato a autarca cujo assassinato foi captado por câmeras a semana passada.
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