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May propõe "novo acordo" que admite possibilidade de um novo referendo

21 de maio de 2019 às 16:01
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A primeira-ministra britânica vai deixar que o Parlamento decida se quer fazer um novo referendo para o Brexit ou não.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, garantiu esta terça-feira o apoio do seu governo para apresentar uma nova proposta de saída da União Europeia, para a qual ela espera finalmente conseguir aprovação do Parlamento.

Num discurso proferido esta terça-feira, May anunciou que o seu governo tinha desenvolvido uma proposta de 10 pontos a todos os deputados que quisessem levar avante o resultado do referendo de 2016 que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia. 

Entre esses pontos estão compromissos de manter uma lei do trabalho tão favorável quanto a que existe atualmente dentro da UE, a manutenção do compromisso com a proteção ambiental, manter um mercado de transações com a Europa, ao mesmo tempo que o país se mantém fora do mercado único e ainda o ponto principal: "vai haver uma votação para os deputados sobre se o acordo deve ser submetido a um novo referendo".

Ao longo de três horas, o governo britânico reuniu para discutir os pormenores do que Theresa May chamou de "proposta ousada", para obter apoio parlamentar para o seu acordo de ‘Brexit’.

May deverá ainda hoje dar mais informações sobre este "novo acordo", num discurso muito aguardado, pela repercussão na prolongada negociação sobre o ‘Brexit’.

Não é provável que as mudanças acordadas pelo governo – cujos membros estão divididos sobre o ‘Brexit’ – sejam suficientemente amplas para mudar a posição dos deputados britânicos, que por várias vezes recusaram um entendimento sobre a forma de saída da União Europeia.

O Reino Unido já devia ter deixado a União Europeia em 29 de março, mas a comunidade de países permitiu a extensão do prazo até 31 de outubro, no meio de um impasse político.

As conversações sobre a obtenção de um compromisso entre o Partido Conservador, de Theresa May, e o Partido Trabalhista, na oposição, voltaram a fracassar, na passada semana.

May diz que tentará retomar o processo de negociações, no início de junho, pedindo aos deputados que votem numa proposta de retirada que seja aceite por Bruxelas.

A proposta provavelmente incluirá promessas sobre questões como direitos dos trabalhadores e proteções ambientais, que são prioridades para o Partido Trabalhista de centro-esquerda.

Mas a porta-voz do Partido Trabalhista, Emily Thornberry, já disse que os deputados do seu partido irão votar contra, a menos que a proposta seja "radicalmente diferente".

May disse que depois de o Parlamento votar a nova proposta, estabelecerá um cronograma para o seu abandono de funções, como líder do Partido Conservador e como primeira-ministra.

Os Conservadores pró-‘Brexit’ culpam May pelo impasse político e querem substituí-la por um defensor acérrimo do ‘Brexit’, como Boris Johnson, ex-ministro das Relações Exteriores do governo de Theresa May.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.