Sábado – Pense por si

Manequins femininos no Afeganistão passam a ter os rostos tapados

Íris Fernandes
Íris Fernandes 18 de janeiro de 2023 às 09:00
As mais lidas

O regime talibã ordenou que os rostos dos manequins femininos em Cabul fossem cobertos. É mais um sinal da repressão das mulheres no Afeganistão.

A repressão das mulheres no Afeganistão passa a ser refletida também nas montras de moda feminina de Cabul, a capital. A partir de agora, as lojas que tiverem manequins femininos terão que apresentá-los sem cabeça ou com o rosto tapado.

REUTERS/Omar Sobhani

Para isso, os comerciantes podem simplesmente tirar a cabeça dos manequins ou usar véus, papel alumínio, tecido ou sacos de plástico. Qualquer elemento é válido desde que se cumpra a última ordem do regime talibã.

O decreto foi ordenado pelo Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício e pretende reduzir a presença das mulheres nas ruas do país. Esta é apenas a última das limitações impostas às mulheres, depois de terem sido proibidas de frequentar a escola a partir dos 12 anos, negando-lhes a educação secundária e universitária.

Quando as forças internacionais saíram do país, em agosto de 2021, o regime talibã que ocupou o poder começou por mostrar uma imagem mais moderada e garantiu que os direitos das mulheres não estavam em causa. Com o tempo, porém essa imagem ficou pelo caminho. Começaram com o encerramento do Ministério da Mulher e com a implementação do uso obrigatório da burca, agora suprimem quase totalmente as liberdades femininas mais básicas, como a liberdade de movimento.

As mulheres que vivem neste regime devem estar acompanhadas de um homem para sair à rua e quase não pode frequentar espaços públicos sozinhas. Estão proibidas de trabalhar, a não ser em casos estritamente necessários.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.