"As nossas liberdades, os nossos direitos, é nossa vocação protegê-los", defendeu o presidente francês numa entrevista à televisão árabe Al-Jazeera.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou compreender que os muçulmanos fiquem "chocados" com caricaturas do profeta Maomé, mas frisou que elas não justificam a violência, numa entrevista à televisão árabe Al-Jazeera de que foram hoje divulgados excertos.
"Compreendo que se possa ficar chocado com caricaturas, mas nunca aceitarei que se possa justificar a violência. As nossas liberdades, os nossos direitos, é nossa vocação protegê-los", disse Macron.
A entrevista vai ser divulgada na íntegra no domingo, às 17:00 de Paris (16:00 TMG e em Lisboa) pela Al-Jazeera, que tem emissões em várias línguas e grande audiência nos países do Médio Oriente e do Magrebe.
Trata-se da primeira entrevista do Presidente francês desde que defendeu o direito à publicação de caricaturas em nome da liberdade de expressão, declarações que deram origem a manifestações de milhares de pessoas em vários países muçulmanos.
Na "longa" entrevista, Emmanuel Macron tenta "explicar tranquilamente a sua visão", para frisar que "as suas declarações foram distorcidas", segundo fonte próxima do Presidente francês citada pela agência France-Press.
Macron visa, segundo a mesma fonte, "contrariar as inverdades, para não as deixar desenvolver-se, e explicar os fundamentos do modelo republicano" de França.
Na entrevista, Macron sublinha nomeadamente que as caricaturas não foram publicadas pelo Governo, mas por jornais livres e independentes.
As declarações de Emmanuel Macron sobre a liberdade de expressão foram proferidas a 22 de outubro, numa homenagem ao professor Samuel Paty, degolado por um extremista por ter mostrado caricaturas de Maomé aos alunos numa aula sobre liberdade de expressão.
"Defenderemos a liberdade […] e a laicidade. Não renunciaremos às caricaturas, aos desenhos, mesmo que outros recuem", disse então o Presidente francês.
As palavras de Macron desencadearam fortes críticas de vários governos de países muçulmanos, apelos ao boicote de produtos franceses e manifestações de milhares de pessoas, nomeadamente no Bangladesh, Paquistão e, em menor escala, no Médio Oriente, Magrebe e Mali.
Macron admite que caricaturas choquem muçulmanos mas não justificam violência
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