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Kremlin condena envio de armas à Ucrânia e desmente potencial acordo de paz

Porta-voz do Kremlin referiu-se ao armamento que vai chegar do Ocidente e acusou Ucrânia de falsidades. Bakhmut continua a ser alvo de fortes ataques.

O Kremlin considerou esta segunda-feira, 9, que o envio de armas ocidentais à Ucrânia iria "aprofundar o sofrimento do povo ucraniano" e não mudaria o curso do conflito. Kiev espera entregas da Alemanha e França, sendo que os EUA também se comprometeram a enviar armamento. 

Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

Da Alemanha, chegarão veículos de combate de infantaria Marder mas não tanques Leopard 2, uma hipótese que tinha sido levantada pelo governo. Já França vai enviar veículos blindados. 

"Esta entrega não vai conseguir mudar nada", afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. Apesar do envio francês de armas, o porta-voz afirmou que

"Putin e Macron mantêm o contacto, há pausas no diálogo, mas durante fases anteriores esse contacto foi bastante útil e construtivo, apesar de todas as diferenças". 

O Kremlin negou ainda que um membro sénior da administração russa esteja a defender a ideia de um acordo de paz com a Ucrânia junto de representantes europeus. Oleksiy Danilov, secretário do Conselho Nacional de Defesa e Segurança da Ucrânia, afirmou ao canal público do seu país que Dmitry Kozak, vice-diretor da administração presidencial da Rússia, tem tido reuniões com representantes europeus para forçar Kiev a assinar o que caracterizou como um acordo de paz desfavorável para a Ucrânia. É "outra falsidade", afirmou Dmitry Peskov. 

Esta segunda-feira, um míssil russo matou duas pessoas e feriu outras quatro, entre elas, uma menina de dez anos, num mercado na vila de Shevchenkove. A Ucrânia vai abrir uma investigação a potencial crime de guerra ao ataque na vila que fica a 80 quilómetros de Kharkiv e que foi recuperada aos russos em setembro de 2022. 

A Ucrânia está a fortalecer as tropas em redor de Bakhmut, na região de Donbass, para repetir os constantes ataques de a cidade é alvo por parte dos mercenários do grupo Wagner. O seu líder, Yevgeny Prigozhin, prometeu conquistar as minas subterrâneas da área. Kiev enviou reforços para Soledar, uma pequena cidade nas proximidades onde a situação é particularmente difícil. 

"O inimigo fez de novo uma tentativa desesperada para entrar na cidade de Soledar a partir de várias direções e usou as unidades mais profissionais dos Wagneritas na batalha", indicou fonte oficial do exército ucraniano num comunicado. 

Há meses que o grupo Wagner tenta conquistar a cidade, com grandes perdas dos dois lados. 

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