Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu trocaram palavras de elogio e revelaram que, por vezes, tiveram desentendimentos que souberam esconder em nome da União Europeia.
Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu despediram-se esta terça-feira do Parlamento Europeu e um do outro, trocando palavras de elogio e revelando que, por vezes, tiveram desentendimentos que souberam esconder em nome da União Europeia.
"Como esta é a minha última aparição aqui com o presidente Juncker, quero demonstrar o meu apreço por ele. Foram cinco anos difíceis, mas cooperámos sempre com boa fé. Os nossos diferentes papéis e diferentes perspetivas, por vezes, significaram desentendimentos, mas posso dizer sem hesitação que o Jean-Claude sempre foi devoto à Europa e a serviu bem", destacou o presidente do Conselho Europeu.
Donald Tusk ‘abriu as hostilidades’, no seu discurso inicial diante dos eurodeputados no debate sobre as conclusões da cimeira europeia da passada semana em Estrasburgo, e não ficou sem resposta, quando Jean-Claude Juncker subiu ao púlpito para fazer um balanço dos cinco anos de mandato do seu executivo
"Quero agradecer ao presidente Tusk. Fomos irmãos de palavra, mas mesmo os irmãos de palavra podem por vezes estar em desacordo. Contudo, tivemos a inteligência de esconder os nossos desacordos. Para vocês, pode ser uma surpresa que tenhamos discordado, mas quero agradecer ao Donald pela sua cumplicidade sem falhas, pela sua amizade, uma amizade duradoura e que me honra. As amizades na política são raras, sobretudo dentro da mesma família política. Sem o Donald não poderia ter feito aquilo que fiz", reconheceu.
Na sua ‘digressão de despedida’ das instituições europeias, o político luxemburguês voltou a emocionar-se, como já tinha acontecido na sexta-feira no final do Conselho Europeu, ao agradecer ao seu colégio de comissários, tendo, inclusive, de interromper o discurso para suster as lágrimas, antes de notar que estes foram "homens e mulheres que individual e coletivamente honraram a Europa".
"Sem eles, não teria feito nada", concedeu, agradecendo em português, francês, espanhol e alemão aos seus 27 comissários.
O presidente da Comissão Europeia, que deveria abandonar o cargo em 31 de outubro, mas devido ao atraso na formação do executivo da presidente eleita, Ursula Von der Leyen, permanecerá em funções pelo menos até ao final de novembro, dirigiu ainda agradecimentos ao Parlamento Europeu, depositário da confiança dos cidadãos europeus, uma confiança que lhe foi transmitida pelos eurodeputados.
"Tivemos relações, por vezes, difíceis, mas sempre educadas. Tumultuosas, mas ordeiras. E quero agradecer-vos de todo o coração pela confiança deste hemiciclo", afirmou, notando que nas bancadas do hemiciclo de Estrasburgo via "muitos rostos conhecidos que se tornaram amigos".
Também Donald Tusk, naquela que teoricamente seria a sua despedida aos discursos na assembleia europeia – pode não o ser se o ‘Brexit’ obrigar a uma cimeira extraordinária –, quis prestar a sua homenagem ao PE, sublinhando a boa cooperação com aquela instituição.
"Não significa que tenhamos concordado, pelo contrário, mas sempre vos respeitei, sabendo que partilhamos o mesmo objetivo: proteger a nossa União e as nossas pessoas", completou.
Juncker e Tusk despedem-se um do outro com elogios
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