Sábado – Pense por si

José Eduardo dos Santos. O arquiteto da paz que começou por se fingir de morto

Celso Filipe 14 de julho de 2022 às 20:00

Era conhecido como mágico por tirar dinheiro da cartola para distribuir a amigos e aliados.

Será que a literatura pode ajudar a compreender a realidade? Claro que sim. Veja-se o conto O Bom Déspota, publicado em 2014 pelo escritor angolano José Eduardo Agualusa, na revista Granta. “Durante os primeiros anos fingi-me de morto. Deixei que me vissem como um fiel herdeiro do falecido Presidente e, ao mesmo tempo, fui libertando sem alarde os fracionistas que haviam sobrevivido aos fuzilamentos e aos campos de concentração. Nomeei alguns para importantes cargos governamentais. Nunca mais criaram problemas.” O protagonista desta descrição ficcionada é José Eduardo dos Santos (Zédu), que conta na primeira pessoa a estratégia que usou para se fixar no poder, quando foi escolhido para Presidente de Angola, a 20 de setembro de 1979, 10 dias depois da morte do primeiro chefe de Estado do país, Agostinho Neto.

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