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Guerra na Ucrânia. O resumo da noite

Diogo Barreto
Diogo Barreto 31 de março de 2022 às 07:47
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As forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl, ao mesmo tempo que as autoridades ucranianas acusam russos de lançar bombas de fósforo em Marinka.

Durante a noite as tropas russas começaram a retirar-se da central nuclear. As autoridades ucranianas, por sua vez, acusaram hoje as forças russas de lançar bombas de fósforo durante o dia na pequena cidade de Marinka, localizada no leste da Ucrânia, tendo sido contabilizados cerca de 12 de incêndios.

Central nuclear de Chernobyl
Central nuclear de Chernobyl Reuters

Zelensky exigiu hoje aos diplomatas que garantam mais armas para a Ucrânia e mais sanções internacionais contra a Rússia, avisando-os que "podem começar a procurar outro trabalho" em caso de insucesso, enquanto Lavrov considerou um "avanço positivo" as negociações com a Ucrânia em Istambul (Turquia), nas quais Kiev apresentou propostas para a solução do conflito que atendem às principais exigências do Kremlin.

Forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl

As forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl, que controlam desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia, e do aeroporto de Gostomel, perto de Kiev, revelou hoje fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

De acordo com um alto funcionário do Pentágono, o Exército russo começou a retirar-se do aeroporto de Gostomel, a noroeste de Kiev, e está a reposicionar-se de Chernobyl, deslocando-se para a Bielorrússia.

"Entendemos que estão a sair, mas não consigo dizer se estão todos a ir embora", acrescentou a mesma fonte, citada pela agência France Presse (AFP) e que falou sob a condição de anonimato.

Desde 9 de março que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deixou de receber dados diretamente da central nuclear onde ocorreu em 1986 o maior acidente radioativo da história.

Autoridades ucranianas acusam russos de lançar bombas de fósforo em Marinka

As autoridades ucranianas acusaram hoje as forças russas de lançar bombas de fósforo durante o dia na pequena cidade de Marinka, localizada no leste da Ucrânia, tendo sido contabilizados cerca de 12 de incêndios.

"Os russos voltaram a usar hoje bombas de fósforo em Marinka [cidade que tinha 10 mil habitantes antes do início da guerra]", alertou o chefe da administração militar da região de Donetsk, Pavel Kyrylenko.

De acordo com Pavel Kyrylenko, foram identificados "uma dúzia de incêndios" provocados pelos projéteis e controlados pelos funcionários do Serviço Nacional de Situações de Emergência.

As bombas de fósforo são armas incendiárias cujo uso é proibido contra civis, mas não contra alvos militares, segundo uma convenção assinada em 1980 em Genebra (Suíça).

Lavrov considera "avanço positivo" negociações com autoridades ucranianas

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, considerou na quarta-feira um "avanço positivo" as negociações com a Ucrânia em Istambul (Turquia), nas quais Kiev apresentou propostas para a solução do conflito que atendem às principais exigências do Kremlin.

"Valorizamos os resultados das negociações de ontem [terça-feira] em Istambul como um avanço positivo. [E sim,] este não é um resultado definitivo", disse Lavrov à imprensa durante a sua visita à China, de acordo os órgãos de comunicação social russos.

Lavrov qualificou de "progresso significativo" dos negociadores ucranianos ao referirem a "necessidade de garantir o ‘status’ não nuclear (...) e segurança fora da estrutura da Aliança Atlântica".

"(…) As questões da Crimeia e do Donbass estão totalmente resolvidas", adiantou, acrescentando que houve "entendimento por parte dos colegas ucranianos".

EUA e UE querem garantir que Putin vai prestar contas pela invasão

Representantes do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) reuniram-se em Washington na quarta-feira e comprometeram-se a trabalhar em conjunto para que o Presidente russo preste contas pela invasão da Ucrânia.

O secretário-geral adjunto e diretor político do Serviço Europeu de Ação Externa, Enrique Mora, e a subsecretária para os Assuntos Políticos do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, deram início a um novo diálogo de alto nível na capital dos EUA, que terá agora lugar uma ou duas vezes por ano.

Nuland escreveu na rede social Twitter que os EUA e a UE estão com a Ucrânia e continuarão a trabalhar em conjunto para que o Presidente russo, Vladimir Putin, "preste contas pela sua guerra mortífera e sem sentido".

Zelensky exige a diplomatas mais armas para Kiev e mais sanções para Moscovo

O Presidente ucraniano exigiu hoje aos diplomatas que garantam mais armas para a Ucrânia e mais sanções internacionais contra a Rússia, avisando-os que "podem começar a procurar outro trabalho" em caso de insucesso.

Volodymyr Zelensky avisou que "se não houver armas, sanções, restrições aos negócios russos", os diplomatas "podem começar a procurar outro trabalho".

O governante anunciou a cessação da missão diplomática dos embaixadores em Marrocos e na Geórgia, que tem parte do seu território ocupado pelos russos.

A república separatista georgiana da Ossétia do Sul anunciou na quarta-feira que irá "em breve" tomar medidas de integração com a Rússia, que reconheceu a independência em 2008 após uma breve guerra com a Geórgia.

"Há aqueles que trabalham em conjunto com todos para defender o Estado. Para que a Ucrânia possa ganhar o seu futuro. Estamos gratos pelo trabalho de cada uma destas pessoas. E há aqueles que perdem tempo e trabalham apenas para se manterem no cargo. Assinei hoje o primeiro decreto para retirar o embaixador ucraniano de Marrocos. O embaixador georgiano também foi chamado de volta", acrescentou.

Autarca de Kharkiv diz que Rússia destruiu 15% das casas da cidade

As tropas russas destruíram 15% das casas em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, informou o autarca da cidade, Ihor Terkehov, numa transmissão televisiva, citado pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform.

"Durante os últimos 35 dias, um total de 1.531 edifícios foram destruídos na cidade de Kharkiv, incluindo 1.292 casas residenciais. O exército russo destruiu 76 escolas secundárias, 54 jardins de infância, 16 hospitais. Um total de 239 prédios administrativos estão em ruínas", disse Terekhov.

A cidade de Kharkiv, perto da fronteira russa, tem sido atingida diariamente por bombardeamentos russos desde o início da invasão.

Segundo a agência Ukrinform, cerca de um terço dos moradores já deixaram a cidade.

 

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