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Funeral de Alexei Navalny realiza-se sexta-feira em Moscovo

Luana Augusto
Luana Augusto 28 de fevereiro de 2024 às 11:02
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Família teve dificuldades em encontrar uma funerária que sepultasse o corpo. “Ligámos para a maioria das agências funerárias públicas e privadas. Algumas diziam que o local estava lotado. Outras recusavam-se, quando mencionávamos o sobrenome Navalny."

O funeral e o enterro do antigo líder da oposição russa, Alexei Navalny, quemorreu durante uma caminhada numa colónia penal no Ártico, irá realizar-se na próxima sexta-feira, 1 de março, em Moscovo, a capital russa. A informação foi avançada esta quarta-feira (28) pela porta-voz do antigo advogado de 47 anos, Kira Yarmysh.

REUTERS/Maxim Shemetov

"O funeral de Alexei acontecerá na Igreja do Ícone da Mãe de Deus, em Maryino, no dia 1 de março pelas 14 horas. Vem cedo. O funeral acontecerá no Cemitério Borisov", escreveu no X.

A equipa que acompanhava Navalny já havia referido na terça-feira (27) que a família estaria a enfrentar dificuldades em encontrar uma funerária para sepultar o antigo opositor russo. Vários foram os contactos realizados, mas sempre que informavam que o falecido se tratava de Navalny recebiam várias recusas.

"Desde ontem que procuramos um local onde possamos organizar um evento de despedida do Alexei. Ligámos para a maioria das agências funerárias públicas e privadas, locais comerciais e casas funerárias. Algumas diziam que o local estava lotado. Outras recusavam-se, quando mencionávamos o sobrenome 'Navalny'. Num determinado sítio, fomos informados de que as agências funerárias estavam proibidas de trabalhar conosco", acrescentou Kira Yarmysh.

Navalny, o principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, estava detido desde 2021, ano em que decidiu regressar da Alemanha mesmo depois de ter sido informado pelas autoridades germânicas que havia sido envenenado. Em agosto de 2023 foi condenado a 19 anos de prisão por "extremismo" e fraude.

Em dezembro, quando foi dado como desaparecido, soube-se que havia sido transferido para uma colónia penal no Ártico – um local a mais de 1.900 quilómetros de Moscovo e onde as condições climatéricas são extremas. Foi aqui que acabou por morrer a 16 de fevereiro, depois de se ter sentido mal durante uma caminhada.

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