Sábado – Pense por si

EUA querem cessar-fogo em Gaza para evitar a fome e um ataque a Rafah

"Pressionámos Israel com o objetivo de ter um plano para Gaza quando o conflito terminar, o que esperamos que seja o mais rapidamente possível", afirmou Antony Blinken que vai estar em reuniões com os responsáveis do Egito e da Arábia Saudita nos próximos dias.

Os Estados Unidos estão a liderar um novo esforço diplomático para um cessar-fogo em Gaza de forma a evitar uma catástrofe humanitária e milhares de mortos à fome enquanto continua a pressionar Israel para não invadir Rafah, onde se encontram mais de um milhão de refugiados palestinianos.

REUTERS/Amir Cohen

Antony Blinken, secretário de Estado, anunciou uma viagem ao Médio Oriente onde se vai reunir com os líderes do Egito e da Arábia Saudita para "discutir a arquitetura certa para uma paz duradoura". Uma diferença relevante em relação às últimas viagens de Blinken à região, é que não foi mencionada uma escala em Israel e o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita também não referiu a existência de reuniões com o representante dos EUA.

"Pressionámos Israel com o objetivo de ter um plano para Gaza quando o conflito terminar, o que esperamos que seja o mais rapidamente possível, que seja consistente com as necessidades de Israel de se defender e garantir que o dia 7 de outubro não volte a acontecer", afirmou Blinken, durante a sua viagem às Filipinas.

A cidade onde mais de metade dos habitantes da Faixa de Gaza se encontra foi novamente atacada durante a noite. Os ataques aéreos israelitas a Rafah mataram 14 pessoas. Segundo o monitor internacional da fome a escassez de alimentos em Gaza já ultrapassou em muito os níveis de fome, pelo que em breve o número de mortos porfalta de alimentos vai aumentar bastante se não forem conseguidas tréguas, que permitam entregar mantimentos.

O conflito entre a Palestina e Israel teve um novo agravamento desde o ataque do Hamas no dia 7 de outubro de 2023. Foram entretanto confirmadas mais de 32 mil mortes no enclave palestiniano e acredita-se que milhares ainda se encontrem perdidas sob os escombros.

No início da ofensiva israelita só passado onze dias foi permitida a entrada de ajuda através dos dois postos de controlo no sul de Gaza. Agora, Israel afirma estar a abrir mais rotas por terra, mar e ar enquanto recusa ter responsabilidades pela fome sentida no território e afirma que a ONU e outras agências de ajuda é que deveriam enviar mais alimentos e distribuí-los. Já a ONU garante que é impossível distribuir mais comida sem que os acessos e a segurança sejam garantidos por parte de Israel.

A crescente crise humanitária vivida em Gaza e a perspetiva de um ataque a Rafah criaram tensões entre Telavive e o seu principal aliado, os Estados Unidos. Biden e Netanyahu conversaram na segunda-feira sobre os planos militares de Israel que continua a defender que vai permanecer em Gaza até que o Hamas seja eliminado.

Esta será a sexta vez que o secretário de Estado dos Estados Unidos se desloca à região desde 7 de outubro. As negociações para o cessar-fogo vão ser retomadas esta semana, no Qatar, depois de na semana passada Israel ter rejeitado uma contraproposta apresentada pelo Hamas.

Neste momento em cima da mesa encontra-se uma trégua de seis semanas durante a qual cerca de 40 reféns israelitas seriam libertados em troca de centenas de prisioneiros palestinianos. Os principais desentendimentos são quanto ao que se seguiria às tréguas, enquanto Israel defende que se trata apenas de uma pausa temporária nos combates, o Hamas afirma que sem um plano mais amplo para acabar com a guerra nenhum refém vai ser libertado.

Artigos Relacionados
GLOBAL E LOCAL

A Ucrânia somos nós (I)

É tempo de clarificação e de explicarmos às opiniões públicas europeias que sem Segurança não continuaremos a ter Liberdade. A violação do espaço aéreo polaco por parte da Rússia, com 19 drones, foi o episódio mais grave da história da NATO. Temos de parar de desvalorizar a ameaça russa. Temos de parar de fazer, mesmo que sem intenção, de idiotas úteis do Kremlin. Se não formos capazes de ajudar a Ucrânia a resistir, a passada imperial russa entrará pelo espaço NATO e UE dentro