O ex-Presidente terá beneficiado da inserção de dados ilegais no sistema de Saúde para emitir um certificado de vacinação que lhe permitisse viajar aos Estados Unidos sem enfrentar problemas, já que estava prestes a deixar o cargo de Presidente e a imunização contra a covid-19 era obrigatória para entrar naquele país.
O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi esta terça-feira constituído arguido pela Polícia Federal numa investigação sobre fraude no certificado de vacinação durante a pandemia de covid-19, noticiaram os 'media' locais.
REUTERS/Marco Bello
Além de Bolsonaro, o antigo assessor presidencial coronel Mauro Cid, e o deputado federal Gutemberg Reise também foram indiciados nessa investigação sob suspeita da prática de crimes de inserção de dados falsos no sistema público e associação criminosa.
Os dados e as provas recolhidas pela autoridade policial seguem para o Ministério Público Federal do Brasil que decidirá se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a investigação.
A investigação sobre falsificação de dados no certificado de vacinação de pessoas ligadas ao antigo Governo começou em 2023. A polícia brasileira descobriu que dados falsos de vacinação foram inseridos em registos do Sistema Único de Saúde de Bolsonaro, da sua filha mais nova, de Mauro Cid e família e outras pessoas ligadas à gestão anterior.
Segundo os investigadores, o ex-Presidente terá beneficiado da inserção de dados ilegais no sistema de Saúde para emitir um certificado de vacinação que lhe permitisse viajar aos Estados Unidos sem enfrentar problemas, já que estava prestes a deixar o cargo de Presidente e a imunização contra a covid-19 era obrigatória para entrar naquele país.
Bolsonaro manifestou-se publicamente contra a vacinação durante a pandemia, colocou em causa a eficácia e a segurança dos imunizantes e declarou diversas vezes que nunca se vacinou contra a covid-19.
Num depoimento à polícia, o ex-Presidente negou qualquer envolvimento no caso, disse que não sabia da alegada fraude e confirmou que ele e a filha de 13 anos não se imunizaram.
Fábio Wajngarten, porta-voz e um dos advogados de Bolsonaro, criticou nas redes sociais a divulgação para os 'media' das conclusões do inquérito da Polícia Federal.
"É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de 'mediático' e parcial"", escreveu Wajngarten na rede social X (antigo Twitter).
Em maio passado a polícia brasileira cumpriu mandado de busca e apreensão no endereço de Bolsonaro e de prisão contra Mauro Cid e Max Guilherme, outro ex-assessor do antigo governante, para recolher provas sobre a alegada falsificação nos certificados de vacinação.
Esta é a primeira das três investigações com Bolsonaro como um dos alvos centrais, e que deve terminar até julho, segundo a autoridade policial brasileira.
O ex-Presidente também é investigado por uma alegada participação numa tentativa de golpe de Estado e num inquérito sobre joias recebidos do Governo da Arábia Saudita.
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