Depois de um adiamento em junho, Trump marcou para este domingo o início da detenção de dois mil migrantes ilegais em dez grandes cidades dos EUA. Autarca de Nova Iorque aponta que já houve tentativas de expulsão no sábado.
Está prevista, para este domingo, a detenção de dois mil migrantes ilegais em dez grandes cidades dos Estados Unidos. A operação, adiada em junho por Donald Trump, será conduzida pela Agência norte-americana de Imigração e de Controlo de Alfândegas e já originou manifestações junto à fronteira com o México.
Este sábado, em dezenas de cidades, foram organizados protestos contra a criminilização, detenção e deportação de migrantes, com as autoridades locais a pedirem moderação por parte dos habitantes.
Esta vaga de detenções e de deportações em massa de imigrantes indocumentados foi inicialmente anunciada a 21 de junho por Trump, mas foi posteriormente adiada em duas semanas sob o pretexto de dar tempo ao Congresso para alcançar um compromisso sobre futuras medidas de segurança para a fronteira sul do país (Estados Unidos/México).
A operação tem contornos similares a ações que têm sido realizadas, de forma regular, desde 2003, muitas delas dando origem a centenas de detenções.
A luta contra a imigração ilegal tem sido uma das prioridades políticas de Donald Trump, que já descreveu como uma ameaça à segurança nacional os milhares de migrantes oriundos da América Central que têm tentado entrar nos Estados Unidos nos últimos meses.
Em junho, cerca de 104 mil pessoas foram presas ou colocadas em centros de detenção após terem atravessado ilegalmente a fronteira com o México, menos 40 mil do que em maio.
Reportagens divulgadas pelos media norte-americanos e relatórios de ativistas de direitos civis têm denunciado a existência de condições deploráveis nos centros de detenção de migrantes sem documentação nas fronteiras do sul dos Estados Unidos, em muitos casos envolvendo crianças que são separadas dos pais e deixadas em situação de risco.
Segundo o centro de pesquisa norte-americano Pew Research Center, 10,5 milhões de imigrantes viviam ilegalmente nos Estados Unidos em 2017. Quase dois terços vivem no país há mais de uma década.
O ataque a democratas para que "voltem para os seus países"
Antes de serem conhecidas quaisquer detenções, o presidente norte-americano aproveitou a rede social Twitter para atacar congressistas democratas, pedindo que estes voltassem para o seu país de origem de "corruptos", referindo que as nações em questão estariam "infestadas de crimes".
É "muito interessante ver congressistas democratas, progressistas, que originalmente vêm de países cujos governos são uma catástrofe total e completa, os piores, os mais corruptos e ineptos do mundo (se é que funcionaram como governos), dizerem em voz alta e agressivamente para o povo dos Estados Unidos, a nação maior e mais poderosa do mundo, como o nosso governo deve ser gerido", escreveu Trump na rede social Twitter.
....and viciously telling the people of the United States, the greatest and most powerful Nation on earth, how our government is to be run. Why don’t they go back and help fix the totally broken and crime infested places from which they came. Then come back and show us how....
....and viciously telling the people of the United States, the greatest and most powerful Nation on earth, how our government is to be run. Why don’t they go back and help fix the totally broken and crime infested places from which they came. Then come back and show us how....
Sob a mira do chefe de Estado norte-americano estavam os senadores Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar e Rashida Tlaib, que lideraram as divergências com a líder dos democratas naquela câmara, Nancy Pelosi.
Ocasio-Cortez, Tlaib e Pressley nasceram nos Estados Unidos, mas têm origem porto-riquenha e palestiniana, enquanto Omar nasceu em Mogadiscio e chegou a território norte-americano como refugiada.
Nos seus ‘tweets’ Trump questionou o motivo por que as congressitas não regressavam ao seus países "e os ajudam a melhorar os locais dos crimes, completamente infestados". "Depois voltam e mostram como é que fizeram. Podem ir o mais rapidamente possível", acrescentou.
Pelosi criticou os comentários de Trump, apelidando-os de xenófobos e que pretendem dividir os norte-americanos. "O que Trump disse sobre quatro congressistas mostra o seu plano de construir uns 'Estados Unidos brancos, outra vez'", escreveu a congressista numa alusão ao 'slogan' de campanha de Donald Trump "Make América great again".
Autarca de Nova Iorque denunciou tentativa de detenção de imigrantes ilegais
Este sábado, o maior de Nova Iorque, Bill de Blasio, avançou que a operação do Governo de Trump teria sido antecipada e começado já no sábado na cidade norte-americana. No Twitter, o autarca que as operações da imigração e da alfândega já tinham sido iniciadas nos bairros de Sunset Park, no Brooklin, e Harlem.
"Recebi relatos de que a Agência de Imigração e de Controlo de Alfândegas tentou, sem sucesso, ações em Sunset Park e Harlem. Defensores dos direitos civis e advogados falaram com e distribuíram recursos porta a porta", escreveu o candidato do Partido Democrata à presidência em 2020.
Receiving reports of attempted but reportedly unsuccessful ICE enforcement actions in Sunset Park and Harlem.@NYCImmigrants and advocates are connecting with residents and distributing resources door to door.
Receiving reports of attempted but reportedly unsuccessful ICE enforcement actions in Sunset Park and Harlem.@NYCImmigrants and advocates are connecting with residents and distributing resources door to door.
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