Hoje foram libertados os últimos 20 reféns israelitas ainda vivos e as redes sociais encheram-se de acusações ao Hamas por ter morto todas as mulheres reféns. Essa alegação é falsa, porque as mulheres foram as primeiras a ser libertadas.
Pessoas manifestam-se com cartazes a pedir o regresso de refénsAP Photo/Oded Balilty
+++ Alegação: “O Hamas matou todas as reféns mulheres” +++
Nas últimas horas foram libertados os últimos 20 reféns israelitas ainda vivos em Gaza, todos homens, e as redes sociais encheram-se de mensagens de indignação por não terem sido libertadas mulheres porque o grupo islamita palestiniano Hamas teria assassinado as reféns que integravam as 251 pessoas raptadas no ataque de 07 de outubro de 2023.
Estas acusações circulam em vários países, incluindo em Portugal e no Brasil, quer com a reprodução de contas internacionais que habitualmente disseminam desinformação (exemplos: https://archive.ph/CsAZV e https://archive.ph/YceXL), como com a partilha de mensagens como “o Hamas matou todas as reféns mulheres!” (https://archive.ph/HUMnw), “Nenhum dos reféns devolvidos pelo Hamas é mulher, todas morreram” (https://archive.ph/PKDzb) ou “porque não houve reféns femininas a sobreviver ao cativeiro?” (https://archive.ph/GCzGO).
+++ Factos: Dezenas de mulheres israelitas, incluindo militares, foram libertadas em várias trocas de reféns por prisioneiros palestinianos +++
A consulta à última versão disponível na página da associação de familiares de reféns israelitas revela que entre os últimos 26 nomes ali identificados apenas um é o de uma mulher, Inbar Hayman, de 27 anos: https://archive.ph/E11dq.
Antes da troca de reféns por prisioneiros palestinianos que está a decorrer esta segunda feira, 13 de outubro, apenas 48 reféns israelitas estariam ainda em Gaza, 28 deles já falecidos, segundo informações do Hamas e das autoridades israelitas (https://archive.ph/3BFIl).
As reféns femininas foram sendo libertadas desde as primeiras negociações de cessar fogo, ainda em 2023, poucas semanas após o ataque de 7 de Outubro, nomeadamente em várias libertações ocorridas no final de Novembro, sobretudo de mulheres, crianças e reféns com problemas de saúde que foram trocados por prisioneiros palestinianos: https://archive.ph/qujJJ e https://archive.ph/Gpcvo.
Já este ano, noutro cessar fogo entre o Hamas e Israel, foram libertadas várias reféns, incluindo mulheres-soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI): (exemplos:https://archive.ph/Vz9kI e https://archive.ph/2z3ld).
Há também registo de pelo menos um resgate de uma refém por parte das FDI, nomeadamente da jovem Noa Argamani (https://archive.ph/t62zZ) e alguns casos de reféns femininas que terão morrido durante o cativeiro alegadamente em consequência de bombardeamentos israelitas (https://archive.ph/467lW) ou por acção dos captores.
No âmbito do atual acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas está também acordado a devolução dos corpos dos 28 reféns mortos ainda no ataque de 07 de outubro ou já em Gaza, embora alguns deles estejam dados como desaparecidos (https://archive.ph/NNvhd).
+++ Avaliação Lusa Verifica: Falso +++
É falso que o Hamas ou outros grupos palestinianos tenham assassinado todas as reféns israelitas raptadas no ataque de 07 de Outubro de 2023 contra Israel. Desde novembro desse ano foram libertados dezenas de reféns e as mulheres estiveram entre os primeiros grupos a sair do cativeiro em Gaza.
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