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Diretor da Frontex demite-se devido a casos de afastamento ilegal de migrantes

Investigação dá conta de má conduta na agência fronteiriça da União Europeia, informando que migrantes são deixados à deriva no mar.

Fabrice Leggeri, diretor da Frontex, demitiu-se esta sexta-feira depois da divulgação das primeiras conclusões de uma investigação sobre a má conduta na agência fronteiriça da União Europeia (UE), nomeadamente, operações ilegais para impedir os migrantes de chegarem às costas da UE, avança o jornal Politico.

Nos últimos anos, a agência tem estado sob escrutínio devido ao seu alegado papel no afastamento ilegal de migrantes das fronteiras da UE. O Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) tem vindo a investigar as acusações há mais de um ano e está agora a preparar as conclusões finais. Uma investigação de um grupo de jornalistas de quatro meios de comunicação internacionais (Le Monde, Der Spiegel, SRF Republik) concluiu que, nos relatórios dos incidentes que constam da base de dados da agência europeia, a Frontex registou como simples operações preventivas casos em que migrantes foram rejeitados pelas autoridades gregas e deixados à deriva no mar. No total, quase mil migrantes foram deixados ao abandono no mar em botes salva-vidas sem motor. 

ANDREAS SOLARO/AFP via Getty Images

A Frontex e a Grécia rejeitam as acusações e asseguram que cumprem a legislação dos direitos humanos. A agência europeia escreve mesmo, em comunicado, que os direitos fundamentais incluindo o respeito ao princípio de não-devolução estão no centro de todas as atividades Frontex.

Um funcionário da UE disse que Fabrice Leggeri não é o único alto funcionário envolvido no relatório que se demitiu, segundo o Politico
Ajuizando

Naufrágio da civilização

"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".