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Criança de 11 anos resgatada no Mediterrâneo três dias depois de naufrágio

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 11 de dezembro de 2024 às 21:41
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A criança passou dias sem beber água nem comer e foi encontrada em estado de hipotermia. Já foi vista por um médico em Lampedusa.

Uma criança de onze anos foi resgatada na costa da ilha italiana de Lampedusa depois de ter passado três dias sozinha no mar, no seguimento de um naufrágio que matou mais de 40 pessoas.  

Compass Collective/Handout via REUTERS

A rapariga é originária da Serra Leoa e encontrava-se com um coleta salva-vidas e agarrada a um pneu quando foi encontrada. O barco de metal que tinha saído da cidade tunisina de Sfax transportava 45 pessoas com o objetivo de chegarem à União Europeia, no entanto uma tempestade acabou por não o permitir.  

Depois de ser resgatada, a menina referiu que no início estava com outras duas pessoas, mas que "o mar as levou" dois dias antes. A operação de resgate foi feita pela Compass Collective da Alemanha esta quarta-feira e a instituição de caridade acredita "que ela seja a única sobrevivente do naufrágio".  

Matthias Wiedenlübbert, capitão do basco de resgate Trotamar III, descreveu o resgate da criança como uma questão de sorte depois de membros da tripulação terem ouvido os seus gritos no meio da escuridão. Em comunicado referiu: "Foi uma coincidência incrível ouvirmos a voz da criança apesar do motor estar ligado".  

A criança passou dias sem beber água nem comer e estava a sofrer de hipotermia, ainda assim os socorristas referiram que estava a responder. A embarcação levou-a para Lampedusa, onde foi vista por um médico.  

O seu irmão também se encontrava na embarcação e é agora um dos desaparecidos, que foram dados como presumidamente mortos.  

A guarda costeira italiana esteve esta quarta-feira em buscas por sobreviventes na área envolvente no atenta até ao momento nenhum outro foi encontrado.  

A rota do Mediterrâneo é uma das rotas mais mortais do mundo, na última década mais de 24 mil pessoas desapareceram ou morreram ao tentar chegar a Itália ou a Malta.  

O resgate desta menina levou várias ONGs que se dedicam a ajudar requerentes de asilo a reforçar o pedido para que a União Europeia crie rotas seguras para refugiados. "Mesmo durante tempestades, as pessoas são forçadas a utilizar rotas de fuga arriscadas pelo Mediterrâneo", referiu Katja Tempel, da Compass Collective.  

A mensagem foi reforçada por Nicola Dell’Arciprete, chefe a UNICEF em Itália: "Todas as vidas importam. Precisamos de toras seguras, buscas e resgate. Proteger as crianças é um dever".  

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