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Chefe de gabinete da Casa Branca diz que Trump tem "personalidade de alcoólico"

Lusa 07:19
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Trump reagiu publicamente concordando que tem "uma personalidade possessiva e é vulnerável ao vício".

A chefe de gabinete de Donald Trump afirmou que este tem a "personalidade de um alcoólico", em declarações à revista Vanity Fair, e o Presidente norte-americano concordou.   

Chefe de gabinete da Casa Branca diz que Trump tem 'personalidade de alcoólico'
Chefe de gabinete da Casa Branca diz que Trump tem "personalidade de alcoólico" EPA

Susie Wiles, figura crucial na campanha vitoriosa de Trump em 2024 e agora na Casa Branca, concedeu várias entrevistas à revista norte-americana, para um extenso artigo hoje publicado, dedicado ao círculo próximo do Presidente.  

Wiles refere-se depreciativamente ao vice-presidente JD Vance e à procuradora-geral Pam Bondi, mas foram as suas declarações sobre Donald Trump que causaram maior alarido. 

O Presidente tem a "personalidade de um alcoólico", no sentido em que "age com a ideia de que não há nada que não possa fazer. Nada, zero, nada", afirmou Wiles. 

Descreve-se ainda como "uma espécie de especialista" no assunto, referindo-se ao seu pai, um famoso jogador de futebol americano e comentador desportivo que lutou contra o alcoolismo. 

Trump reagiu publicamente em declarações ao tabloide New York Post, concordando que tem "uma personalidade possessiva e é vulnerável ao vício". 

"Já disse várias vezes que, se bebesse, teria uma grande probabilidade de me tornar alcoólico", afirmou o Presidente norte-americano, conhecido por só beber refrigerantes.   

Sobre a sua chefe de gabinete, Trump afirmou ser "fantástica". 

Wiles, pelo contrário, atacou a Vanity Fair no X, criticando o “artigo tendencioso apresentado de forma desonesta" que pinta "um retrato caótico e negativo" do Presidente e da sua equipa. 

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu que Trump "não tem conselheira mais formidável e leal do que Susie". 

Num comício na Pensilvânia (nordeste), o vice-presidente JD Vance afirmou que nunca viu Wiles a “ser desleal". 

No artigo, Wiles refere-se aos processos judiciais iniciados pelo Presidente contra os seus adversários políticos, confidenciando ter abordado o assunto com Trump e referindo-se a um “acordo informal de que o ajuste de contas” terminaria “antes dos primeiros três meses” do seu segundo mandato. 

Wiles afirmou ainda que Trump não pretende voltar a candidatar-se em 2028, o que é proibido pela Constituição, mas que muitas vezes levanta o assunto porque “deixa as pessoas loucas”. 

A chefe de gabinete criticou ainda a procuradora-geral Pam Bondi pela sua atuação no caso Jeffrey Epstein, criminoso sexual condenado com quem Trump teve laços estreitos no passado. 

"Ela cometeu um completo erro ao julgar que isto só interessava a um grupo muito específico de pessoas", disse Wiles, numa altura em que muitos apoiantes do Presidente republicano exigem maior transparência sobre o assunto. 

Questionada sobre a mudança radical de posição do vice-presidente, de crítico a apoiante de Trump, Wiles afirma acreditar que "a conversão (de JD Vance) foi um pouco mais política" do que a do secretário de Estado Marco Rubio, que, na sua opinião, apoiou o Presidente por convicção. 

Wiles descreveu ainda o vice-presidente como alguém que acredita em teorias da conspiração. 

JD Vance e Marco Rubio são frequentemente apresentados como rivais na corrida para suceder a Donald Trump na candidatura republicana às eleições presidenciais de 2028. 

Segundo a Vanity Fair, o chefe da diplomacia descartou concorrer contra o vice-presidente nas eleições presidenciais de 2028. 

"Se JD Vance se candidatar à presidência, será o nosso candidato e eu serei uma das primeiras pessoas a apoiá-lo", disse Rubio à revista. 

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