Quando Regina Duarte assumiu a Secretaria de Cultura exonerou Dante Mantovani da Funarte. Este regresso parece confirmar que a atriz não tem o apoio de grupos de extrema-direita com grande influência junto ao governo brasileiro.
O governo brasileiro nomeou novamente Dante Mantovani, envolto em polémica por ter associado o rock ao aborto e ao satanismo, para ocupar a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte), foi publicado no Diário Oficial da União esta terça-feira.
Maestro e mestre em Linguística, o novo presidente da Funarte órgão público que fomenta as artes no país ficou conhecido por ter declarado num vídeo no seu canal na plataforma Youtube que o "rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto" e que "a indústria do aborto, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo".
O dirigente cultural já havia ocupado o mesmo cargo quando a Secretaria de Cultura do Governo central brasileiro era comandada pelo dramaturgo Roberto Alvim, que acabou demitido em janeiro após citar trechos de um discurso do ministro nazista Joseph Goebbels para anunciar o edital de abertura de um prémio.
Com a demissão de Alvim, a atriz Regina Duarte assumiu a Secretaria de Cultura, em março passado, e exonerou Mantovani da Funarte.
Segundo informações publicadas pelos ‘medias' locais, o regresso de Mantovani ao comando da Funarte revela a fragilidade da gestão da nova secretária de Cultura, que não tem o apoio de grupos de extrema-direita com grande influência junto ao governo brasileiro.
A nova nomeação do maestro para o cargo de presidente da Funarte foi assinada pelo ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Neto.
Na rede social Twitter, o dirigente cultural agradeceu a indicação e afirmou que o Governo brasileiro é inspirado pela verdade.
"Este é um Governo inspirado pela verdade, "Conhecereis a Verdade, e a verdade vos libertará" (João, 8:32). A verdade é que os projetos que desenvolvi - e que agora continuarei a desenvolver na FUNARTE - são maravilhosos", escreveu Mantovani.
"Levaremos Arte e Esperança para todo o Brasil, no momento em que a nossa civilização mais precisa. Os meus agradecimentos ao Presidente [do Brasil, Jair] Bolsonaro pela confiança. Este vosso soldado, capitão, moverá o mundo para corresponder à grandeza desta nova missão", acrescentou.
A Funarte é uma das fundações mais importantes de fomento à arte no Brasil, através de prémios e concursos, publicados em editais.
Desde que Bolsonaro tomou posse, em janeiro do ano passado, a comunidade artística brasileira tem reclamado de uma alegada "guerra contra o marxismo cultural" lançada pelo Presidente e seus apoiantes, que declaram ser contra tudo que não se encaixa nos "valores conservadores cristãos".
No final de 2019, a Secretaria de Cultura criou outra grande polémica ao anunciar como novo presidente da Fundação Cultural Palmares, entidade pública que visa promover a cultura afro-brasileira, Sérgio Nascimento de Camargo, um jornalista que nega a existência do racismo e defende um "movimento de negros da direita conservadora".
A nomeação foi contestada judicialmente e ficou suspensa por quase dois meses, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a posse de Camargo.
Além destas e outras nomeações polémicas para cargos chave na Secretaria de Cultura, o executivo brasileiro também rebaixou a pasta da cultura ao estatuto de secretaria, inicialmente vinculada ao Ministério da Cidadania e agora subordinada ao Ministério do Turismo.
Brasil nomeia novamente dirigente cultural que associou o rock ao aborto e satanismo
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